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segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Material de Estudos - Disciplina: Psicologias da Educação e Teorias da Aprendizagem





“O ideal da educação não é aprender ao máximo, maximalizar os resultados, mas é antes de tudo aprender a aprender; é aprender a se desenvolver, aprender a continuar a se desenvolver depois da escola”
Jean Piaget

CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA À EDUCAÇÃO

O que é Psicologia?
·         O principal objeto de estudo da psicologia é o homem (comportamento, inconsciência, consciência, personalidade, etc.).
·         Algumas áreas da psicologia estudam o comportamento animal.
·         O objeto específico do seu estudo se diferencia em cada área de conhecimento psicológico

Psicologia e Ciência
·         Conhecimento acumulado no cotidiano;
·         Saber espontâneo;
·         Práticas não-psicológicas: tarô, astrologia, quiromancia, numerologia, adivinhação, etc.

Definição de Ciência:
Senso comum e Ciência
A ciência compõe-se de um conjunto de conhecimentos sobre fatos ou aspectos da realidade (objeto de estudo), expresso por meio de uma linguagem precisa e rigorosa.

A Psicologia do Desenvolvimento tem papel especial na Educação porque busca justamente compreender a conduta humana focando nos aspectos físico-motor, intelectual, afetivo-emocional e social. Existem várias teorias psicológicas em desenvolvimento humano e, sem dúvidas, a mais popularizada e de importância reconhecida é a de Jean Piaget (1896-1980), psicólogo e biólogo suíço. As implicações práticas de sua teoria, especialmente na Educação, além de sua produção contínua de pesquisas com rigor científico na produção teórica lhe garantem destaque (BOCK;  FURTADO;  TEIXEIRA, 2008).

·         Aspecto físico-motor - refere-se ao crescimento orgânico, à maturação neurofisiológica. Ex.: A criança que leva a chupeta à boca.
·         Aspecto intelectual – é a capacidade de pensamento, raciocínio. Ex.: A criança de 2 anos que usa um cabo de vassoura para puxar um brinquedo que está em baixo de um móvel.
·         Aspecto afetivo-emocional – é o modo particular de o indivíduo integrar as suas experiências. A sexualidade faz parte desse aspecto. Ex.: A vergonha que sentimos em algumas situações.
·         Aspecto social – é a maneira como o indivíduo reage diante das situações que envolvem outras pessoas. Ex.: Quando em um grupo há uma criança que permanece sozinha.
Não é possível encontrar um exemplo “puro”, porque todos estes aspectos relacionam-se permanentemente.


PSICOLOGIAS DA APRENDIZAGEM
Teorias do condicionamento e teorias cognitivistas:
Condicionamento - define aprendizagem pelas mudanças no comportamento e dão ênfase as condições ambientais
Cognitivistas – processo de relação do sujeito com o mundo externo e que tem consequências no plano da organização interna do conhecimento do indivíduo.
As teorias do condicionamento (conhecidas também como associacionistas e comportamentalistas) são representadas principalmente por contribuições de Pavlov, Watson, Guthrie, Hull, Thorndike1 e Skinner. Nelas, as consequências comportamentais definem a aprendizagem e as condições do ambiente são enfatizadas para a ocorrência da aprendizagem (BOCK, 2008).

Teoria Cognitivista da Aprendizagem
O que é cognição?
“Processo através do qual o mundo de significados tem origem”. A realidade vai ganhando significados.
Preocupado com o processo de compreensão, transformação, armazenamento e utilização das informações
Para os cognitivistas é o processo de organização das informações e de integração do material à estrutura cognitiva

TEORIAS PSICOLÓGICAS INTERACIONISTAS
Os estudos em Psicologia se interessam especificamente pela gênese das condutas humanas, das noções que adquirimos e das nossas funções psicológicas. A pesquisa psicogenética, em especial, foca o desenvolvimento humano. Entre o final da Primeira Grande Guerra e a década de 1950, a Psicologia do Desenvolvimento progrediu bastante, tendo sido incorporada à Psicologia da Educação com destaque. Alguns autores procuraram elaborar teorias explicativas do desenvolvimento psicológico, entre eles Piaget, Vygotsky e Wallon (CHAKUR, 2005).
Entre tais teorias da aprendizagem temos a Epistemologia Genética (ou Psicologia Genética) de Jean Piaget, o “sociointeracionismo” de Lev Vygotsky (que como já mencionado seria melhor colocado como Psicologia sócio-histórica, em uma posição diferente da Psicologia Interacionista) e a Psicogenética de Henri Wallon. Você verá cada uma delas a seguir. Piaget foi um biólogo que se dedicou à Psicologia, Epistemologia e Educação. Sua visão filosófica de conhecimento e seu interesse pelos processos psicológicos fez com que ele desenvolvesse uma ciência sobre “os processos pelos quais se constituem os diferentes estados – estruturas – do conhecimento” (MONTOYA, 2004, p. 158), a Epistemologia Genética. Esta fundamenta uma Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem de abordagem psicogenética. A Epistemologia genética em sua crítica às teorias do condicionamento e cognitivistas, estabelece que a base do conhecimento é a articulação entre estruturas dadas pela base orgânica, hereditária e os processos ativos, adaptativos, históricos do sujeito. Assim, o estudo do processo de formação dos diferentes estados alcançados pelo conhecimento exige formalização lógica e matemática, pesquisa histórica das ideias científicas e pesquisa psicogenética (MONTOYA, 2004).

TEORIAS DO DESENVOLVIMENTO
Teoria inatista
- É uma teoria baseada na crença de que as características e capacidades básicas de cada ser humano (personalidade, valores, comportamento, formas de pensar etc) são inatas.
Já estariam praticamente prontas no momento do nascimento ou potencialmente definidas e na dependência do amadurecimento para se manifestar.

Teoria ambientalista ou empirista
Defende a ideia de que o indivíduo constrói habilidades apenas pelo ambiente em que ele é inserido na vida social.
Tudo depende apenas do ambiente.
Essa teoria vê o homem como ser passivo, que pode ser manipulado e controlado pela simples alteração do ambiente ou situação em que se encontra.

Teoria interacionista
As Teorias Interacionistas do desenvolvimento apoiam-se na ideia de interação entre o organismo e o meio.
A aquisição do conhecimento é entendida como um processo de construção contínua do ser humano em sua relação com o meio.
O interacionismo considera que os elementos biológicos e sociais não podem ser dissociados e exercem influência mútua

Inatismo
Professor pouco interfere.
Não existe a crítica do conhecimento.
produziu uma abordagem rígida, autoritária e, sobretudo, pessimista para a educação de crianças e adolescentes.
Como o ser humano já nasceria “pronto”, poder-se-ia apenas aprimorar um pouco aquilo que ele é ou, inevitavelmente, viria a ser. Isso geraria enormes preconceitos

Empirismo
A razão, a verdade e as idéias racionais são adquiridos por nós através da experiência.
Nossa razão é como uma “folha em branco”, onde nada foi escrito; uma “tábula rasa”, onde nada foi gravado.

Refuta a ideia das teorias inatas e com isso destaca a importância da educação e da instrução na formação do homem.
O aluno aprende, se e somente se, o professor ensina.
O educando recebe passivamente os conhecimentos, tornando-se um depósito do educador.

Jean Piaget
Biólogo: a principal questão que a biologia poderia ajudar a resolver seria a epistemológica, isto é, o problema do conhecimento.
Explicar a forma pela qual o homem atinge o conhecimento, o que o distingue fundamentalmente das outras espécies vivas.
Ele foca o percurso que uma criança percorre na resolução de um problema e não no seu resultado final Método: entrevistas, aplicações de testes, observação.
Utilizando este método, ele chegou a formulações de uma teoria de como se processa o desenvolvimento cognitivo – a Epistemologia Genética.
Todas as crianças se desenvolvem intelectualmente passando por estágios. Os diferentes estágios por que passam os indivíduos, são descritos no processo de aquisição dos conhecimentos, de como se desenvolve a inteligência humana e de como o indivíduo se torna autônomo.

Assimilação e acomodação
A adaptação acontece através da organização, e assim, o organismo discrimina entre a miríade de estímulos e sensações com os quais é bombardeado e as organiza em alguma forma de estrutura. Esse processo de adaptação é então realizado sob duas operações, a assimilação e a acomodação.

Teoria Sócio-histórico-cultural de Lev Vigotski ou teoria sócio interacionista

Lev Semenovich Vygotsky nasceu na cidade de Orsha em 1896, na extinta União Soviética. Era judeu, filho de uma família abastada e considerada “uma das mais cultas da cidade”. Cursou Direito, Medicina, História, Filosofia, Psicologia e Literatura.
As funções mentais superiores têm origem na troca entre as pessoas.
O conceito de interação social é um dos focos da obra de Vigotski, que enfatiza a dialética entre o indivíduo e a sociedade, Importância do efeito da interação social, da linguagem e da cultura sobre o processo de aprendizagem.
A história da sociedade na qual a criança se desenvolve e a história pessoal desta criança são fatores cruciais que vão determinar sua forma de pensar.
Ele utiliza o marxismo dialético para desenvolver suas pesquisas.
Vigotski constata que no cotidiano das crianças, elas observam o que ou outros dizem, porque dizem o que falam, porque falam, internalizando tudo o que é observado e se apropriando do que viu e ouviu. Recriam e conservam o que se passa ao seu redor.
Vigotski afirma que a aprendizagem da criança se dá pelas interações com os outros de seu ambiente, que determina o que por ela é internalizado.
A ideia de mediação é de fundamental importância para a compreensão das concepções de Vigotski.
O processo de internalização é fundamental no desenvolvimento do funcionamento psicológico humano.
Vygotsky enfocou duas funções básicas da linguagem.
A função central é a de intercâmbio social: é para se comunicar com seus pares que o homem inventa e usa os sistemas de linguagem.
A segunda função é a de pensamento generalizante, por meio do qual a linguagem ordena o real, agrupando todas as ocorrências de uma mesma classe de objetos, situações, sob uma mesma Pensamento e linguagem
O aparecimento do pensamento verbal e da linguagem como sistema de signos é um fato crucial no desenvolvimento da espécie humana, momento em que o biológico transforma-se no sócio histórico.
Antes de dominar a linguagem, a criança apresenta a capacidade de resolver problemas práticos, de usar instrumentos e meios indiretos para obter determinadas finalidades.
A criança neste momento apresenta essa espécie de inteligência prática, que possibilita a ação no ambiente sem a mediação da linguagem.
Num certo período do desenvolvimento da criança (em torno dos dois anos de idade) o trajeto do pensamento encontra-se com o da linguagem e inicia-se uma nova maneira de funcionamento psicológico: a fala torna-se intelectual, com função simbólica, generalizante, e o pensamento torna-se verbal, mediado por significados dados pela linguagem.
O aparecimento dessa possibilidade não exclui a presença da linguagem sem pensamento (como na linguagem totalmente emocional ou na repetição automática de frases decoradas, por exemplo), nem do pensamento sem linguagem (nas ações que exigem o uso da inteligência prática, do pensamento instrumental).
Contudo o pensamento verbal passa a predominar na ação psicológica humana.

Qual o conceito de zona de desenvolvimento proximal?
É a distância entre o nível atual de desenvolvimento da criança, determinado pela sua capacidade atual de resolver problemas individualmente e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da resolução de problemas sob a orientação de adultos ou outras pessoas mais capazes.
Vygotsky chama a capacidade de realizar tarefas de maneira independente de nível de desenvolvimento real.
O nível de desenvolvimento real da criança caracteriza o desenvolvimento de forma retrospectiva, isto é, é referente a etapas já atingidas, já conquistadas pela criança.
Vygotsky coloca em evidência o fato de que para entender corretamente o desenvolvimento devemos considerar não somente o nível de desenvolvimento real da criança, mas ainda seu nível de desenvolvimento potencial, ou seja, sua capacidade de realizar tarefas com o auxílio de adultos ou de companheiros mais capazes.
A possibilidade de modificação no desempenho de um indivíduo pela interferência de outro é central no trabalho de Vygotsky.
A ideia de nível de desenvolvimento potencial capta, deste modo, um momento do desenvolvimento que caracteriza não as etapas já atingidas, já consolidadas, mas etapas posteriores, nas quais a interferência de outros indivíduos afeta decisivamente o produto da ação individual.
A zona de desenvolvimento proximal é um domínio psicológico em contínua transformação: aquilo que uma criança é capaz de fazer com o auxílio de alguém hoje, ela conseguirá fazer sozinha amanhã.

Henri Wallon e o papel da emoção

Nasceu em Paris, França, em 1879. Graduou-se em medicina e psicologia. Fez também filosofia.
Atuou como médico na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), ajudando a cuidar de pessoas com distúrbios psiquiátricos.
Em 1925, criou um laboratório de psicologia biológica da criança. Quatro anos mais tarde, tornou-se professor.
Nova maneira de pensar o ser humano;
Foco na inteligência e no desenvolvimento infantil integral;
Contra o reducionismo;
Escola deveria promover formação integral do aluno (afetiva, intelectual e social)
Preocupado com a formação integral (intelectual, afetiva e social) às crianças.
Foi o primeiro a levar não só o corpo da criança mas também suas emoções para dentro da sala de aula.
As emoções, para Wallon, têm papel preponderante no desenvolvimento da pessoa. É por meio delas que o aluno exterioriza seus desejos e suas vontades.
Faz crítica a Piaget pois para Wallon a inteligência surge depois da afetividade
Ênfase nas emoções dentro do processo educativo;
Buscou conhecer o adulto por meio da criança, através de uma perspectiva psicogenética;
Método envolve o estudo das condições materiais do desenvolvimento da criança, no que diz respeito às condições orgânicas e exigências sociais.

Estágios do Desenvolvimento
Estágio impulsivo-emocional (0 a 1 ano)
Dependência com o meio, especialmente com a mãe é de total exigência e atenção.A importância dessa atenção refere-se ao desenvolvimento psíquico e físico. É período das necessidades alimentares e posturais. A criança começa a conhecer os sofrimentos da espera e da privação. Os primeiros gestos são manifestados a partir da emoção. A reação do adulto às expressões do bebê vai modelando um mútuo entendimento, consolidando alguns “códigos” de comunicação próprios daquele relacionamento.

Estágio sensório-motor e projetivo (até 3 anos)
A aquisição da marcha e da prensão, dão à criança maior autonomia na manipulação de objetos e na exploração dos espaços. A inteligência, nesse período, é dividida entre prática, obtida pela interação de objetos com o próprio corpo, e discursiva adquirida pela imitação e apropriação da linguagem.

Estágio do personalismo (3 a 6 anos)
Construção da consciência de si mediante as interações sociais, reorientando o interesse das crianças pelas pessoas. Tem necessidade de se afirmar de conquistar autonomia. É o período em que diz não a tudo e nessa fase a criança gosta de imitar um personagem, alguém preferido ou invejado. Assim, o ambiente escolar e familiar são vitais para o seu desenvolvimento.

Estágio categorial (7 a 12 ou 14 anos)
Interesse da criança para as coisas, para o conhecimento e conquista do mundo exterior; a criança começa a desenvolver as capacidades de memória e atenção voluntárias. O poder de abstração da mente do indivíduo criança é consideravelmente amplificado.

Estágio da adolescência
Questões pessoais, morais e existenciais são trazidas à tona. Inicia-se o pensamento lógico e organizado, maior interesse pelas interações sociais, preocupa-se com o estilo de roupa e cabelo e outros aspectos.

Behaviorismo
Ivan Pavlov (1849-1936) – foi um fisiologista russo que inaugurou o campo de estudos acerca do condicionamento clássico, um relevante fundamento para o Behaviorismo. Pavlov observou cotidianamente em um laboratório de pesquisa que os cães que ali permaneciam salivavam quando viam ou sentiam o cheiro do alimento aguardado, mas não apenas nestes casos, associando também a salivação aos passos do alimentador que chegava na sala. Pouco a pouco, Pavlov relacionou estímulos neutros junto a estímulos condicionados, produzindo o que compreendemos como reflexo condicionado. Ele percebia que a presença de objetos, luzes e sons, consequenciados à apresentação de alimentos, produziam posteriormente a salivação dos animais ainda em primeiro momento. Com o passar do tempo, apenas a apresentação de um objeto, luz ou som, (por exemplo, uma campainha), já determinava a salivação do animal.
John B. Watson (1878-1958) - Em uma época em que o pensamento vigente estava relacionado à explicação dos fenômenos humanos enquanto reações inatas e instintivas, Watson defendeu que o foco das pesquisas psicológicas fosse em comportamentos, em vez de consciências (CARRARA, 2004). Segundo o autor, com exceção de estrutura física e alguns reflexos, todas as demais reações humanas seriam aprendidas, sendo que apenas três emoções seriam inatas: medo, cólera e amor. Portanto, as pesquisas deveriam se utilizar de estratégias que permitissem o estudo do observável, mensurável e reprodutível em diferentes situações e sujeitos (BOCK, 2001), expressas na época principalmente pelos estudos com animais (SANTOS, s/d). Watson empregou os princípios que denominou de estímulo e resposta nas pesquisas com seres humanos, e “afirmava que poderia moldar qualquer bebê do modo que desejasse” (PAPALIA, OLDS e FELDMAN, 2006, p. 72). Um exemplo dessas pesquisas é chamado “pequeno e emotivo Albert”. Watson associou a apresentação de um rato branco e peludo a um ruído intenso que assustava Albert, um bebê de 11 meses, contudo, o próprio rato não o assustava. Com o passar do tempo e a associação de ambos os estímulos, Albert passou a emitir a resposta de temer o rato mesmo com a omissão do ruído assustador. Esta tendência do Behaviorismo, denominado até aquele momento Metodológico, não foi adiante devido a suas limitações sendo substituída pelo Behaviorismo Radical de Skinner. De acordo com Papalia, Olds e Feldman (2006), concorda-se que a ética de estudos como o realizado com o pequeno Albert seria bastante questionável, à medida que produzia estresse e medo em uma criança de 11 meses. As críticas sobre esses métodos e abordagens ainda costumam ser bastante contundentes, pois compreendem o condicionamento como controle e manipulação. É inegável, entretanto, que esses experimentos e estudos trouxeram à tona descobertas de como certos aprendizados podem acontecer naturalmente e sem intervenção, bastando a apresentação de certos estímulos (PAPALIA, OLDS e FELDMAN, 2006). A formulação do behaviorismo de Watson é representada pela relação S-R, onde S é o estímulo do ambiente e R a resposta do organismo.
Burrhus F. Skinner (1902-1990) foi o psicólogo americano mais icônico e influente relacionado à compreensão do Behaviorismo como o conhecemos atualmente. Segundo Carrara (2004), a proposta de Skinner, embora reconhecendo as limitações inerentes aos relatos verbais e indicadores fisiológicos relacionados aos eventos privados, contemplou essas estratégias na formulação do seu Behaviorismo Radical. Entende-se neste caso a expressão “radical” como a “raiz epistemológica por via da qual se pode melhor compreender, com transparência de dados e procedimentos replicáveis, alguns dos mais fundos enigmas humanos” (CARRARA, 2004, p. 110).

Segundo os behavioristas:
·         Comportamentos podem ser governados.
·         Todo comportamento é previsível e portanto, controlável.
·         Comportamento não é qualquer ação do indivíduo mas aquela que afeta o ambiente e é afetado por ele. Há ação no ambiente, por isso chamado de operante;
·         Eventos que se seguem a uma resposta são os reforçadores

Psicanálise e as contribuições educacionais
Sigmund Freud nasceu em 1856, na cidade de Freiberg, Morávia (atualmente uma região da República Tcheca). Advindo de uma família judia, morou grande parte de sua vida em Viena, na Áustria, e acabou morrendo em Londres, capital da Inglaterra, em 1939, onde se protegeu das perseguições dos nazistas. Formou-se em medicina, interessou-se por estudar manifestações de desequilíbrio psicológico e foi no contato com seus pacientes que elaborou o modelo psicanalítico. Estudou a estrutura da personalidade humana e a dinâmica do seu funcionamento. Estas são questões importantes da teoria porque mostra o contexto em que a psicanálise originou-se o destino fundamental de suas formulações: a busca pela cura de pessoas que sofrem distúrbios psíquicos. Freud não analisou a escola e o trabalho do professor, porém abordou questões educacionais em alguns de seus manuscritos
Contém todas as ideias, sentimentos, vontades, experiências que são reprimidos, impedidos de viram à consciência, e os instintos que movem o comportamento do homem, que geram ansiedade e que estão bloqueados pela repressão.
É uma fonte de motivos que explicam o que de outra forma ficaria pouco razoável – como o medo de baratas ou a necessidade de autopunição.
Inconsciente: é o nome que se dá a um sistema lógico que, por necessidade teórica, supomos que opere na mente das pessoas, sem, no entanto afirmar que, em si mesmo, seja assim ou assado. Dele só sabemos pela interpretação.
Para Freud a psique se divide em três componentes estruturais, que chamou de:
O Id, O Ego E o Superego;

ID
·         O Id é a base a partir da qual o Ego e o Superego se diferenciam;
·         Reserva a energia física que coloca em funcionamento os outros sistemas;
·         Podemos dizer que o id representa os instintos da espécie humana;
·         Para reduzir a tensão, Freud aponta que existe o princípio do prazer;
·         Os conteúdos do id são inconscientes;

EGO
·         O ego representa a realidade , ele se diferencia do id à medida com o desenvolvimento,
·         Tem o objetivo de garantir a sobrevivência do sujeito;
·         O ego existe porque as necessidades do organismo solicitam transações adequadas ao mundo objetivo da realidade;
·         Seu papel central é o de mediador entre as exigências instintivas do organismo e as condições do ambiente.

SUPERGO
·         É a estrutura do psiquismo que se forma por último, desenvolve-se a partir do ego e é o nosso censor interno,
·         É o herdeiro das relações sociais.
·         Em função do amor que tem pelos pais, a criança internaliza as normas ditadas pelos pais,
·         Com a formação do Superego o controle dos pais é substituído pelo autocontrole.

Fases do desenvolvimento
Fase oral: A boca é a primeira área do corpo que o bebê pode controlar; a maior parte da energia libidinal está nesta área. Fixação Oral

Fase anal: Com o controle dos esfíncteres a atenção da criança fica voltada para a micção e evacuação; Nessa fase o treinamento da higiene é o centro da atenção da criança e mobiliza vários afetos no meio familiar; Ordem e obstinação são características de personalidade que adquirimos nessa fase.

Fase fálica: Nesta fase a criança descobre as áreas genitais e por consequência as diferenças sexuais, Nesse estágio há o surgimento do Complexo de Édipo. - É central na obra de Freud o "complexo de Édipo". Ele fica claro se tomarmos o caso dos "meninos" mais do que das "meninas". Esses, para completar seu "desenvolvimento psicossexual", precisariam, em algum momento na puberdade, suplantar a figura do "pai" e conquistar a da "mãe". (Aquele que não fosse bem sucedido nesse instante sofreria as consequências.)

fase de latencia: A fase de latência é o período que vai dos cinco aos dez anos de idade. É um período em que o desenvolvimento sexual da criança é interrompido, uma vez que ela não exercita muito os impulsos sexuais por perder o interesse.
A fase de latência é o período que vai dos cinco aos dez anos de idade. É um período em que o desenvolvimento sexual da criança é interrompido, uma vez que ela não exercita muito os impulsos sexuais por perder o interesse.
Fase de Latência
A fase de latência pode ser divida em dois períodos:
1º - dos cinco aos oitos anos – Os problemas edipianos estão à tona, a criança impede os impulsos eróticos e agressivos. Em seu momento de lazer e nas suas horas vagas, utiliza rituais mágicos, simpatia e etc. Seria uma forma de consolidar o seu superego.
2º - Dos oito aos dez anos – Nesse período a criança passa a ter menos conflitos, porque o seu superego já está estabilizado, com isso a criança passa a ser independente e está pronta para encarar a realidade. Nessa fase, a criança torna-se mais justa, Desenvolve a noção de equidade social e deseja que as outras crianças usufruam das mesmas vantagens que ela.

Fase genital: Essa fase se caracteriza pela definição da sua identidade sexual e pessoal, Busca de formas de gratificação pessoal, social e produtiva
Fase do desenvolvimento psicossexual caracterizada pela organização das pulsões parciais sob o primado das zonas genitais; compreende dois momentos, separados pelo período de latência: a fase fálica (ou organização genital infantil) e a organização genital propriamente dita que se institui na puberdade (adolescência).

A Psicanálise Lacaniana e a Educação

Lacan valeu-se da lingüística de Saussure, da antropologia de Lévi-Strauss e da dialética de Hegel (relação com o semelhante, dialética do desejo e do olhar).
Inconsciente como um conceito estruturado pela linguagem na relação do sujeito com o Outro.
Enquanto os animais buscam satisfação de acordo com a necessidade, no homem é possível observar renúncia à satisfação ou busca excessiva do prazer
Lacan toma como ponto de partida uma consideração sobre a prematuridade constitucional do filhote humano, que se traduz em uma incapacidade de reconhecer e satisfazer por si mesmo o que seria do registro da necessidade, para destacar sua condição de dependência de um Outro que venha interpretar o seu grito como um apelo Preocupa-se com a agressividade,a destrutividade, a psicose, a identificação e a linguagem.


Referências
BOCK, Ana Mercês Bahia. Psicologias: uma introdução ao estudo da Psicologia. São Paulo: Ed. Saraiva, 2001.
CARRARA, Kester. Behaviorismo, Análise do Comportamento e Educação. Em: Introdução à Psicologia da Educação – Seis abordagens. São Paulo: Avecamp, 2007
PAPALIA, Diane, OLDS, Sally Wendkos e FELDMAN, Ruth Duskin. Desenvolvimento Humano. Porto Alegre: Artmed, 2006.