A escola é uma organização que, como
muitas outras, lida com pessoas. Sua peculiaridade está em ser a primeira
instituição que os cidadãos, ainda crianças, conhecem depois da família. Mais
ainda, uma instituição que, em complementos às famílias, tem a missão de
educar.
A experiência na escola pode desenvolver
ou não os sentimentos de confiança e satisfação de pertencer à sociedade e de
exercer a cidadania.
Como o papel do secretário de escola
confunde-se com o de administrador, sua influencia é vital para o sucesso da
experiência escolar. Escolas funcionam melhor ou pior, são mais ou menos
organizadas e capazes de atender às necessidades de suas comunidades internas e
externas, dependendo, em boa medida de seus secretários. Como um administrador,
o secretário deve estar capacitado para:
- · Organizar racionalmente o trabalho;
- · Aproveitar os talentos e motivações de sua equipe;
- · Simplificar processos e métodos de trabalho;
- · Aproximar-se de seus usuários e antecipando as suas necessidades;
- · Trabalhar com eficiência, reduzindo os desperdícios;
- · Planejar e dirigir, avaliar e controlar as atividades da Secretaria em consonância com a Diretoria da escola.
O Secretário é um dos elementos a quem
a Diretoria delega poderes. Sua posição é tão importante que um dos requisitos
para a autorização de funcionamento de uma escola é a existência de um
secretário credenciado.
O secretário escolar além de
supervisionar o trabalho diário possui uma posição de liderança na Instituição
de Ensino, pois está diretamente ligado à Direção; tem papel de destaque e alta
confiança. Deste modo, enfatiza-se que necessita possuir algumas
características que devem ser incorporadas a sua atuação, como: ser ético,
responsável, organizado e ter boa comunicação.
REQUISITOS LEGAIS DE UM SECRETÁRIO
ESCOLAR
O secretário escolar credenciado deve
ser portador do registro de secretário, instituído pela Portaria n° 1960/54. Já
nesta época, foram estabelecidas condições para a obtenção desse registro,
entre elas o de preparação em curso especifico, supervisionado pelos órgãos
competentes.
Atualmente, compete aos Estados,
através dos Conselhos Estaduais de Educação, fixar normas especificas a esse
respeito, através de Resoluções. Estas, em geral, determinam que a função de
secretário de estabelecimento de educação básica deve ser exercida por pessoa
habilitada em curso especifico de secretariado e portador de registro
profissional.
ATRIBUIÇÕES
· Responsabilizar-se
pelo pleno funcionamento da secretaria;
· Zelar
pela guarda e sigilo dos documentos escolares;
· Manter
em dia a escrituração, arquivos, fichários, correspondência escolar e o
resultado das avaliações dos alunos;
· Manter
atualizado o arquivo de legislação e os documentos da escola.
ORGANIZAÇÃO DE DOCUMENTOS
Uma boa memória é imprescindível para
todos que lidam com o público, porque permite atender bem e criar um ambiente
de cordialidade com todos os membros da comunidade escolar e da comunidade em
geral. Entretanto, os serviços de uma secretaria não podem depender
somente da memória. Além de um arquivo bem organizado, são importantes em uma
secretaria os serviços registro e protocolo, porque:
· Eliminam
e esclarecem dúvidas;
· Atestam
a expedição de documentos;
· Permitem
consultas rápidas.
Lembretes:
1. As
primeiras vias de certificados e diplomas pertencem ao aluno, por direito. É
aconselhável manter um livro de protocolo para controle da entrega desses
documentos.
2. Documentos
que apresentam dados pessoais do aluno (certidão de nascimento ou casamento,
certificado de alistamento militar, RG, CPF) NÃO podem, por norma legal, ficar
retidos, uma vez conferidos devem ser devolvidos.
3. Para
controle interno, é aconselhável manter um pequeno livro de protocolo onde são
assentados os ofícios e circulares expedidos.
4. É
ainda aconselhável manter um arquivo de currículo dos professores.
Escrituração Escolar
O setor de escrituração escolar é
importante na dinâmica de uma escola. É através do correto lançamento e da
efetivação dos registros escolares que são verificados:
· Os
direitos de um candidato à matricula;
· A
regularidade da vida escolar;
· O
desenvolvimento da aprendizagem do aluno;
· O
acompanhamento do trabalho pedagógico;
· Os
resultados finais de cada aluno para promoção ou expedição de certificados de
conclusão.
Com a liberdade introduzida pela Lei
9394/96, cabe aos colégios a organização de seus próprios modelos de registro.
Entretanto alguns registros são exigidos pelos Conselhos Estaduais de Educação
e outros que não podem faltar em uma secretaria, tais como, livros ou arquivos:
· Livros
de matriculas;
· Resultados
finais;
· Resultados
de recuperação;
· Resultados
de adaptação;
· Atas
de reuniões;
· Atas
de exames.
Em relação ao aluno, individualmente,
seus registros devem demonstrar a regularidade de sua vida escolar e o direito
que tem a matricular-se em determinada série/disciplina. A vida escolar, em
determinado estabelecimento de ensino, tem inicio pelo ato de matricula e
encerra-se por conclusão de curso, transferência ou evasão.
Organização dos livros escolares:
Matricula: em ordem alfabética por série, turno e
ano letivo;
Resultados Finais: por série, turno, turma, grau e
ano letivo;
Resultados de Recuperação: por série, turno, turma, grau e ano
letivo;
Atas de Resultados de Adaptação: por aluno, com indicação das
disciplinas em que fez adaptação, os resultados obtidos e indicação do período
letivo.
Atas de Reuniões: assinadas por quem as secretariou
e por todos aqueles que estiverem presentes.
Dependência: por série, turno, grau,
componente curricular ou disciplina, obedecidas as normas legais.
Exames: procedimentos idênticos aos de
resultados finais.
Organização dos registros escolares:
Atualmente, a inspeção escolar perdeu
sua função predominantemente fiscalizadora. Entende-se hoje a inspeção como
função supervisora e de consultoria sobre aspectos legais. São de
responsabilidade da secretaria: receber, manter e expedir registros corretos,
organizados para consultas rápidas.
Tempo de guarda
Durante o ano letivo
|
Ao término do ano letivo
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Ficha de controle de aproveitamento escolar
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Por série, turmas, graus, turnos e ordem
alfabética.
Fazem parte do arquivo corrente.
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Incluídas no prontuário do aluno.
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Prontuários dos alunos
|
Arrumados por séries, turmas, graus, turnos e
ordem alfabética.
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Podem permanecer no arquivo corrente até a
constituição das turmas no ano seguinte.
|
Podem fazer parte do arquivo corrente, seguindo técnicas
do arquivamento.
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Em casos de transferências ou conclusões de curso
e depois de expedida a documentação, passar para o arquivo permanente.
|
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Livros
|
Podem permanecer no arquivo corrente ou
semi-permanente
|
Encerrado um livro, deve-se passar para o arquivo
permanente.
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Formulários de recuperação, dependência,
adaptação
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Podem fazer parte do arquivo corrente, seguindo
técnicas do arquivamento.
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Incorporam-se à ficha individual de controle de
resultados escolares.
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Diário de Classe
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Fazem parte do arquivo corrente e podem ser
dispostos por professor ou por série
|
São incorporados ao arquivo permanente por um
período, em geral, de cinco anos.
|
Indisciplina: falta
de limite ou pedido de atenção?
Alguém já disse que para alcançar a mente de um aluno o professor deve alcançar seu coração, pois um aluno só pensa bem quando sente-se bem. Também já comentaram que um pouco de indisciplina, conversa paralela, alunos que dormem ou brigam na sala de aula serão encontrados sempre. Afinal, não é só um adulto que tem problemas, as crianças e os jovens também. A diferença é que, via de regra, o adulto sabe resolvê-los, canaliza sua raiva e frustração, diferente da criança e dos adolescentes que ainda estão formando seu caráter e suas convicções.
O
resultado de tanta energia em ebulição, misturada com hormônios, medos e
dificuldades, leva os alunos a apresentarem a tal da indisciplina. Para saber o
que fazer nessas ocasiões, colocamos uma enquete no site e recebemos muitas
respostas interessantes de professores que tiveram de encarar o problema.
Selecionamos as dez mais representativas para mostrar a você.
1
– Embate de autoridades
Aconteceu
numa aula de Sociologia: a professora queria aplicar prova e um aluno queria
ficar em pé. Ela pediu que ele sentasse e não obteve sucesso. Começou, então, a
conversar com os alunos sobre direitos humanos, democracia, privilégios e
prejuízos. A turma se empolgou com a discussão e o aluno, sem perceber, sentou
para ouvir o que os outros estavam dizendo. Sônia Fazenda, a professora, conseguiu
aplicar a prova e, de quebra, realizar um trabalho sobre respeito com os
estudantes.
2
– Aquele que quer matar um
A
professora Vilma Ventura da Cruz ficou sem ação quando um de seus alunos
resolveu matar o colega dentro da sala. Cadeiras voaram, pessoas gritaram e a
professora tentou conversar com o aluno. Depois chamou a coordenação e a mãe do
garoto. Ele tinha uma arma dentro da mochila e a polícia foi acionada. Todos os
envolvidos no acontecimento foram para a delegacia. Dias depois, o rapaz
voltou, pediu desculpas e disse que não sabia o que estava fazendo.
3
– Miss corredor
Uma
das alunas do professor Ivan Brandão pediu para buscar os óculos em outra sala.
Quando voltou, o professor notou que ela estava sem óculos e com um pirulito na
boca. Teve então a idéia de pedir que a garota pesquisasse a história “O Menino
e o Lobo”. Na aula seguinte, a menina havia aprendido uma importante lição:
jamais mentir, pois quando estivesse falando a verdade poderia não ser levada a
sério. Desculpou-se e não repetiu mais a ação.
4
– Tá dominado?
Fernanda
Chuffi, jovem professora, assumiu, por uma semana, uma turma que tinha uma
“figura” dentro. O menino cantava rap o tempo todo e nenhum professor conseguia
levar a aula adiante. Ela não quis discutir nem colocar o estudante para fora;
achou melhor desafiá-lo: “Se você é tão bom assim, preste atenção à aula e faça
um rap com o que entendeu depois que eu tiver terminado”. O garoto não
incomodou mais, todos puderam prestar atenção e Fernanda ganhou um ajudante e
tanto!
5
– O que discorda sempre e é o único que tem razão
Nas
aulas de Filosofia, os alunos de Salatiel Elias de Oliveira aprenderam a
questionar. Em seguida, uma aluna tentou implementar o seu jeito de ser na sala
e na escola. Tempos depois, o professor descobriu que ela só queria chamar a
atenção dos pais. Ele formulou um cartão com palavras amorosas e mandou que os
alunos entregassem a uma pessoa especial em um momento especial. A garota
resolveu o problema com os pais e o resto da turma aprendeu a demonstrar carinho.
6
– Aquele que não te conhece e ainda assim não te quer
Uma
assinante nos contou sobre a aluna que demonstrava uma certa animosidade em
relação a presença dela e sempre dava respostas malcriadas a qualquer
intervenção da professora. Um belo dia, a mestre não agüentou mais e pediu que
a garota se aproximasse.
–
Eu fiz alguma coisa para você?, perguntou.
–
Não, respondeu a menina.
–
Então por que você me responde tão mal? A aluna responde:
–
Por nada.
–
Depois dessas quatro frases, os problemas acabaram.
7–
Agitadores na sala de aula
Após
conversar com a diretora sobre a indisciplina das classes de oitava série, a
professora Marta Moreira Mendes sugeriu que fossem ensinadas técnicas de
auto-ajuda aos alunos e professores. Depois seria elaborada uma feira de saúde
na qual os alunos atuariam junto a comunidade. Rivalidades, indisciplina e
falta de afinidade transformaram-se em afeto, companheirismo, auto-estima e
integração.
8
– Fragilidade embrutecida
Ao
chegar na escola onde iria trabalhar, a professora Elizangela Nunes dos Santos
foi alertada sobre um aluno "famoso": indisciplinado, questionador e
inquieto. Em vez de rotulá-lo e deixá-lo de lado, ela começou a prestar atenção
nele e viu que o menino era muito inteligente e agressivo devido ao seu histórico
de vida. Elizangela passou a conversar bastante com ele e acalmá-lo. Agora o
estudante está bem mais tranqüilo e a sala de aula muito melhor.
9
– Matraca
No
início da carreira, a professora Lílian Bohrer simplesmente não conseguia
coordenar uma turma de crianças. A bagunça era muita e o desafio era
transformar toda aquela energia em aprendizagem. Para conquistar o objetivo,
ela fez das aulas verdadeiras gincanas. Passava tarefas com objetivos claros
que deviam ser apresentadas ao final de cada aula. A competição se transformou
em curiosidade e prazer, os vencedores eram premiados e Lílian aprendeu a
liderar.
10
– Com amor, mas com firmeza
Vários
foram os colaboradores que disseram estar o foco da indisciplina na postura do
professor e não nos problemas dos alunos. A conversa franca, o limite imposto,
a organização pedida e o autocontrole do docente – que não deve nunca
demonstrar insegurança e fraqueza diante de seus pupilos – podem fazer a
diferença. Outra forma de abordagem muito recomendada pelos participantes de
nossa enquete foi a ternura. Enxergar o aluno, perceber suas carências e
dificuldades e ajudá-lo a superá-las é um excelente caminho para que suas aulas
permaneçam na cabeça das crianças enquanto sua imagem fica guardada no coração
delas.
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