1- PRINCIPIOS
EDUCATIVOS NA CRECHE
O
reconhecimento da creche foi a partir da Constituição de 1988, definiu que a
criança de 0 a 6 anos teriam direito a educação e dever do Estatuto o
atendimento em creches e pré-escolas.
A
educação e os cuidados coletivos são práticas recentes no Brasil.
Creches
são espaços de trabalho heterogêneos e pluralidade. Devendo acolher crianças
cujas famílias desejam ou necessitam de atendimento integral.
2
– PROGRAMAÇÃO
As
creches devem oferecer múltiplas interações favorecendo o crescimento da
criança, fazendo com que elas explorem atividades diárias e tornem-se sujeitos
ativos no mundo em que vivem.
A
programação diária deve contemplar trabalhos orientados e trabalhos livres,
coletivos e individuais, higiene e alimentação.
3-
OS INSTRUMENTOS DE TRABALHO DA EDUCADORA
Os
instrumentos são selecionados, construídos e utilizados de acordo com uma
determinada qualidade de trabalho.
Instrumentos
que auxiliam na proposta de um trabalho de qualidade:
· Observação
Prestar atenção em si e ao outro,
olhar, observar e compreender o que o outro, seja adulto ou criança.
· Planejamento
Ter um plano de ação não é algo que se
deva ser seguido como manual, mas auxilia na execução das atividades diárias.
· Anamnese
Questionário que auxilia os
profissionais da educação conhecer um pouco da história da criança; deve ser
preenchido pelos pais.
· Diário
O diário é o motor do planejamento.
Auxilia nas modificações do trabalho do educador.
O registro escrito ajuda na organização
e reflexão constante do trabalho.
· Relatórios
Os relatórios são registros cotidianos
do trabalho do educador, pode ser semestral, trimestral ou anual.
É um relato-síntese do processo de
crescimento da criança.
· Reuniões
Ajuda os profissionais a compreender
melhor as atividades desenvolvidas. Serve para integrar o trabalho com as
famílias.
4
– AS ROTINAS DIÁRIAS
A
rotina é a realização do planejamento. É através dela que se põe em pratica o
previsto.
A
rotina ajuda a prever as ações, os acontecimentos e os horários da creche.
· Criança
de 0 a 3 anos
Momento de exploração, o controle e as
conquistas dos movimentos corporais. Aprendem os movimentos de pressão das
mãos, a engatinhar, andar e controle dos esfíncteres.
A rotina deve prever pouca espera da
criança, principalmente na higiene e alimentação.
· Criança
de 4 a 6 anos
Já é possível agrupá-las por períodos
mais longos para desenvolver projetos de brincadeiras ou trabalhos coletivos.
É o momento da conquista da linguagem
verbal e a escrita passa por experimentos, os jogos e brincadeiras podem ter
regras.
5-
ESPAÇOS FÍSICOS
Os
espaços das creches são variados e diferentes. As crianças precisam de espaço
para locomoção e movimentação.
Os
educadores devem criar um ambiente cultural de maneira que a criança seja
estimulada a autonomia e cooperação.
Os
espaços devem: interferir na percepção da realidade, percepção de materiais,
influenciar na capacidade de escolha e permitir a interação com outras
crianças.
Espaços internos – salas de atividades
A
sala reflete a rotina do grupo, em cada faixa etária, o grupo vai construindo
seus espaços.
O
uso de salas especificas pode ser enriquecedor como salas-ambiente, bibliotecas
e brinquedoteca.
Garantir
espaços diferenciados para repouso, alimentação, higiene, brincadeiras e
expressão corporal.
· Crianças
de 0 a 3 anos
Nesta
fase o berço é um referencial seguro para os bebês. É importante que contenha
objetos e brinquedos trazidos de casas ou escolhidos na creche, com valor
afetivo para criança.
É
importante que haja a interação da criança a disposição dos berços.
Ofereça materiais e espaços diversos
permitindo que as crianças experimentem a si e ao meio de formas variados.
· Crianças
de 4 a 6 anos
Nesta
faixa etária a criança já adquiriu independência e autonomia, podem-se
organizar áreas ou cantos para brincar e trabalhar.
Os
materiais devem ser dispostos de maneira coerente e acessível para
desenvolvimento de diferentes linguagens e conhecimentos
Num ambiente rico culturalmente não
pode faltar a leitura, a escrita e a brincadeira de faz-de-conta.
Espaços externos
O
espaço deve ter segurança, ser colorido, simbólico e agradável proporcionando
novas experiências e descobertas corporais.
Evitar
brinquedos de ferro, que criam situações de perigo e são restritivos.
Os
espaços externos devem:
· Proporcionar
a imaginação das crianças;
· Permitir
a livre expressão e exploração de todo repertório simbólico-corporal;
· Proporcionar
a experiência sensorial e a diversidade de emoções;
· Utilizar
os mais variados materiais, de elementos móveis para ser manipulados;
· Permitir
o espaço para jogos com bola e pula-corda;
· Espaço
para plantio e cultivo de hortaliças que permita o trabalho cooperativo e
solidário.
6
– BRINCAR NA CRECHE
A
brincadeira é fundamental para construção da identidade autonomia, cooperativa
e criativa.
A
criança aprende a brincar a partir da interação com o adulto.
“Ensinar a brincar é ensinar o
faz-de-conta, é ensinar a criança a atribuir diferentes sentidos para as suas
ações” (p. 56)
7-
LEITURA E ESCRITA: CRECHES – ESPAÇOS CULTURAIS
Por
ser um ambiente que abriga crianças de diferentes vivências e diversidade
cultural e linguística, a creche deve ofertar diferentes materiais que permitam
o contato diário com linguagens de função social.
Sugestões:
· livros
na sala;
· gibis,
jornais e revistas;
· cartazes
fixados nas salas;
· receitas
trazidas de casas;
· avisos
e cartas.
Brinquedos recomendados
Crianças de 0 a 2 anos
Ø Chocalhos
Ø Brinquedos
com guizos, martelar e empilhar
Ø Blocos
com ilustrações
Ø Brinquedos
de puxar e empurrar
Ø Pequenos
brinquedos desmontáveis
Ø Blocos
e argolas para empilhar
Ø Brinquedos
musicais
Crianças de 2 a 4 anos
Ø Objetos
para caixa de areia
Ø Blocos
com tamanhos diferentes
Ø Bolas
Ø Móveis
do tamanho da criança
Ø Mobília
para bonecas
Ø Fantasias
Ø Animais
de pelúcia
Ø Bonecas
Ø Quebra-cabeças
simples
Ø Jogos
de construção com peças grandes
Crianças de 4 a 6 anos
Ø Fantoches
e teatrinhos
Ø Livros
para colorir
Ø Cadernos
de desenho
Ø Livros
de histórias
Referência
Abramowicz, Anete, Gisela Wajskop. São
Paulo: Moderna, 1995
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