Destaque

Destaque

CURSOS ON LINE

quinta-feira, 31 de março de 2016

TÉCNICAS DE ENTREVISTA



ANTES

Na convocação procure saber mais sobre a vaga, bem como a característica da seleção (Entrevista Individual, Coletiva, Dinâmica de Grupo, Técnica ou Psicológica);

Assegure dia, hora e local, anotando em uma agenda (abandone o hábito dos papeizinhos, pode causar a impressão de falta de organização e/ou planejamento);

Tenha uma boa noite de sono, com certeza sua expressão estará melhor, bem como seu raciocínio;

Saiba mais sobre a empresa visitando o site. É importante que conheça o território que pretende imergir, desta maneira ficará subsidiado para possíveis perguntas na entrevista de seleção;

Repasse seu Currículo. Verifique se são concisas e pertinentes as informações nele descritas.

NO DIA

Chegue com antecedência necessária para checagem de ambiente, da aparência (Toillet) e diminuição da ansiedade (principalmente daquele que está atrasado);

Observe o movimento da empresa, lendo se possível algo que esteja disposto na recepção que possa lhe oferecer mais dados sobre a mesma;

Evite comentários negativos no elevador, bem como no celular, você já pode estar sendo observado;

Cumprimente o entrevistador “pegando” (não precisa esmagar, nem tão pouco escorregar) em sua mão e olhando-o nos olhos. Um sorriso é desejável.

DURANTE

Bolsas e pastas podem ser um incomodo, nunca as coloque sobre a mesa. Entretanto é importante que sinta-se à vontade durante a entrevista. Neste caso verifique a disposição de uma possível cadeira ao lado, pedindo a licença para que deposite suas “coisas”.

Não utilize gírias nem óculos escuros;

Tratando-se de cadeiras giratórias ou não (é que no primeiro caso é mais comum), sente-se de frente, com as mãos apoiadas no colo, ou sobre a mesa.

Evite gesticulações excessivas, roer unhas, quebrar clipes, picar papéis, balançar cadeira, podem ser indicativos de tensão excessiva.

Dê respostas objetivas com segurança daquele que conhece o produto que oferece. Evite redundâncias, bem como respostas fechadas (SIM/NÃO);


Seja espontâneo. Há atualmente uma enorme gama de manuais de entrevista, bem como profissionais que dirigem e orientam carreiras, esquecendo-se por vezes de comunicar que o Mercado de Trabalho não busca um “robô”, para tal se utiliza de tecnologia. Buscamos criatividade, capacidade de relação, comunicação, capacidade de decisão etc – Evite os “Enlatados”;

Passe entusiasmo dando respostas positivas;

Não se queixe dos empregadores anteriores, bem como de qualquer companheiro de trabalho, seja ele de qualquer nível hierárquico;

Considere o ponto de vista da empresa, tendo este como referencial de resposta, pois a mesma espera que seus ideais sejam confluentes aos dela;

DEPOIS

Caso seja indicação, ou entrevista mediante carta de apresentação, pode ser de bom tom enviar um e-mail agradecendo a oportunidade e disponibilizando-se para maiores esclarecimentos;

Contenha sua ansiedade e, caso não tenha retorno espere quinze dias e telefone. Diga que participou de “tal” processo e que continua interessado na oportunidade;

Aguarde o prazo estabelecido e caso este não ocorra, após mais três dias, tente novamente;

Fale somente com a entrevistadora, evitando deixar recado com outros, ou até mesmo em secretária eletrônica. O melhor veículo neste caso é o e-mail;

Caso não consiga retorno ou o mesmo não corresponda a sua expectativa, prepare-se para a próxima e pense de forma positiva: Vivemos num tempo onde a demanda de profissionais é explicitamente maior que a demanda de vagas e o treino é necessário para que possamos nos sair melhor nas demais oportunidades.
CONTEÚDO LATENTE DAS PERGUNTAS DE SELEÇÃO

Ao longo de alguns anos no mercado de consultoria venho acompanhando a angústia de alguns candidatos que submetidos a situações de entrevista indagam-se: Com que objetivo são feitas tais perguntas? A que se propõe tal investigação?
Baseado nestas questões me proponho a esclarecer (não esgotar) algumas destas indagativas mostrando o ponto de vista do entrevistador procurando explicitar o conteúdo submerso nestas perguntas.
O objetivo aqui não é rotular respostas, mas apontar transformações que podem provocar em sua vida que certamente farão a diferença em entrevistas.

Data de Nascimento
Há nesta questão duas possibilidade: Ou você não colocou sua idade no cv, ou parece discrepante a comparação das partes (idade x aparência). Entretanto cabe aí uma análise. Geralmente os candidatos omitem sua idade quando a considera elevada para o mercado de trabalho. Não estamos descartando esta hipótese, pois, o entrevistador busca avaliar quantos anos o profissional ainda tem para contribuir com a organização, investigando também o potencial do mesmo aos negócios da empresa.
O questionamento é: Não estaria este candidato ocultando verdades no primeiro relacionamento?
Isto pode não ser eliminatório, mas certamente será tratado com cautela. Seja verdadeiro.

Estado Civil / Quantos Filhos / Namora / Quanto tempo / Onde mora / Quantas Conduções / Carro.

Se tem filhos, a idade deles pode ser importante, pois,  pensa-se no tempo fundamental utilizado para os cuidados destes. Vale nesta questão dizer que, se seus filhos são pequenos, quem executa o cuidado ou, ainda mostrar que o trabalho não interfere negativamente nesta relação mesmo porque, a relação não se avalia pela quantidade, mas pela qualidade, mostrando assim que possui capacidade para administrar seu tempo.
Se não há filhos, quando pretende tê-los pode ser um agravante afinal, a gestação pode ser complicada e a ausência inevitável.


A maneira como se fala da relação (seja ela namoro ou casamento) pode ser significativa pensando que, existem partes que abdicam da vida profissional em função de exigências afetivas. E se, a empresa, trabalha com horários oscilantes? Se precisa de disponibilidade para viagens? Um relacionamento pessoal sem a aceitação destas exigências profissionais podem desmoronar e ,sabemos que vida pessoal e profissional estão diretamente ligadas.
Quanto a locomoção até a empresa, avaliamos o custo bilateral para relação empregador/empregado, principalmente para àquela que custeia o transporte(afinal o papel do entrevistador, como de qualquer outro profissional na empresa também é reduzir custos). Existe uma avaliação também do desgaste promovido pela trajetória residência/empresa que poderá por vezes ocasionar atrasos.



Você pratica algum tipo de esporte?
Vamos pensar do perfil do esportista:
Dedicação;
Disciplina;
Autonomia;
Busca de resultados;
Capacidade de efetuar sacrifícios pessoais, e superar limites;
Competitivo;
Estratégico;
Claro que esportes diferentes, perfis diferentes. O entrevistador estará também neste momento avaliando a linguagem não verbal como: a emoção e entusiasmo que comenta tal assunto, o brilho no olhar etc. Afinal temos que admitir que as pessoas tendem a dar respostas socialmente aceitas, não é?

Quais são seus projetos de vida?
Pensamos que profissionais de sucesso possuem facilidade para trabalhar com metas, bem como delimitá-las em sua vida pessoal e profissional.


Quanto mais obscuros forem os motivos que dirigem a ação do sujeito, maiores serão suas dificuldades em canalizar suas energias para realização de tarefas, sendo assim suas atitudes serão difusas, não haverá a vibração da conquista, nem tampouco motivação para um novo passo, afinal não se sabe onde está nem onde quer chegar.
É importante que suas metas sejam factíveis.

Você possui alguma religião? Fale-me a respeito.
O candidato poderá trazer questões de solidariedade, filantropia, preocupação social em geral, e um refinamento na relação com o outro (respeito/carinho). Normalmente é avaliada também a congruência, ou não, dos aspectos crença/perfil organizacional.

Fale-me sobre você.
O entrevistador irá verificar a maneira como o profissional se percebe, a capacidade que possui de falar de si tanto nos aspectos pessoais quanto profissionais, sabendo-se que o último é o foco. Irá verificar se possui capacidade de síntese, objetividade, se traz entusiasmo e positividade tratando pontos de interesse como: Formação Acadêmica (em alguns casos o nível da faculdade pode ser um ponto de venda), Empregos anteriores sempre do mais atual para os mais antigos, (citando no máximo os três últimos), porte e segmento das empresas, resultados quantitativos e qualitativos, projetos, viagens internacionais, idiomas etc.

Fale três pontos fortes e três fracos.
Esta pergunta tem sido extinta do nosso rol de entrevistas, pois, há uma enorme probabilidade de respostas prontas, ainda assim podem ser usadas para comparar o que dizem com o comportamento apresentado. Ex: O profissional diz que é muito organizado, entretanto ao solicitarmos que anote dados pertinentes à seleção ele pede um “papelzinho”. Uma pessoa muito organizada não teria uma agenda?
Os negativos podem ser interpretados como a capacidade que o profissional possui para aprimorar-se, tanto nos aspectos profissionais quanto pessoais, portanto é importante que apresente a maneira como vem trabalhando as dificuldades.

Objetivo profissional no cargo que pleiteia?
Alguns profissionais não possuem objetivos relativos à vaga que está pleiteando, e tão somente o faz, devido à necessidade referente ao momento vivenciado. Ex: A vaga é administrativa, o profissional estuda direito e diz que seu objetivo é ser Juiz.

Porque se desligou ou está se desligando da empresa?
O desligamento pode abrigar desde fatores simples como “downsizing”, processo falimentar, conjuntura econômico-financeira etc., até revelar características pessoais sérias como tendência a furto, roubos, corrupção ativa ou passiva, incapacidade profissional ou para relacionamento interpessoal, baixa gerenciabilidade, inflexibilidade etc.
Pode surgir, neste contexto, o profissional que pede demissão várias vezes podendo revelar baixo nível de compatibilidade com a filosofia da empresa.


 A constante insatisfação pode ser associada a quadros motivacionais oscilantes.
O ideal é que a saída do profissional tenha sido por convite de outras organizações, dos quais foram encarados como desafios e oportunidades de expansão horizontal e vertical (Conhecimento e Hierarquia).
É importante que o profissional não se vitimize mediante o quadro demissional.

Porque deveríamos contratá-lo?
Este é um momento em que o entrevistador vai avaliar se o candidato possui uma visão panorâmica com relação aos negócios da Organização. Você pode mostrar que sua experiência é congruente aos negócios propostos e que pode agregar valor, bem como compartilhar do mesmo – São os relacionamentos de troca. Aponte seus diferenciais.



Porque você deseja (suas expectativas) trabalhar nesta empresa?
É hora de mostrar que conhece a empresa e que esta faz parte de seus projetos (se esta realmente faz pode ser um diferencial).
É importante que suas expectativas sejam embasadas na realidade, do contrário a empresa perceberá que não poderá corresponder à mesma.
Sabendo-se que a supressão de expectativas pode ser desencadeante da desmotivação a empresa poderá não contratá-lo antecipando um possível desligamento, por interesse de qualquer uma das partes, e o conseqüente custo para um novo processo seletivo.

Como você percebe o trabalho sobre pressão?
Hoje a grande maioria das áreas trabalham voltadas para resultados, o que pressupõe-se trabalho sobre pressão. Muito embora sabemos que para alguns a pressão não é necessariamente agradável, é importante que o mesmo apresente flexibilidade para lidar com as cobranças cotidianas. Sabemos que isso é possível, afinal o ser humano é adaptável. Claro que a dificuldade com a mesma pode causar problemas relacionais e físicos (doenças psicossomáticas) mas, para isso fazemos uso da administração do tempo, onde podemos inserir no nosso cotidiano situações de prazer, bem como atividades que possibilitem tais descompressões. O esporte é uma boa dica.

Fale-me sobre a última empresa que trabalhou.
É importante que seja ético sempre, não revelando informações que possam expor a empresa, lembre-se que o entrevistador pode pensar que faria o mesmo com ela.
Pode ser investigado o que achou da experiência adquirida, verificando a capacidade de absorver conhecimentos, bem como levantar aspectos que revelem desafios profissionais e pessoais.
Poderá ser dito do prazer em fazer parte do time, citando conhecimentos adquiridos e sucessos obtidos.
Pense! Por pior que tenha sido a experiência na empresa anterior é possível extrair uma lição positiva.
Lembre-se “Ninguém faz nada conosco sem que haja nossa “provação”, do contrário podemos pensar que tendemos a culpar os outros pelos nossos fracassos e não assumir nossas responsabilidades”.

Fale-me sobre um  sucesso profissional seu.
Numa pergunta como esta é fácil identificar pessoas que estão ou não acostumadas com o sucesso, percebemos pela narrativa o entusiasmo da conquista. A morosidade da narrativa pode ser inventiva, ou proveniente da dificuldade em ver como satisfatório a função que desempenha. Neste caso se você não consome o produto, porque a empresa o faria?
Procure relatar em termos quantitativos comprováveis.
Seja objetivo e conciso enriquecendo o discurso com os chamados “pontos de venda”: porte da empresa (se nacional de grande porte ou multinacional), colaboradores de renome, ano, circunstância, número de participantes que haviam na competição (ser o segundo lugar entre dois participantes significa ser o último).

O que o deixa mais desmotivado em sua última ou atual empresa?
Esta pergunta pode revelar o que o profissional busca com uma nova recolocação, sabendo-se que a empresa poderá oferecer ou não o que se deseja.
Dentre os aspectos que podem motivar ou desmotivar estão: Estabilidade no Emprego, Perspectiva de Carreira, Solidez da Organização, Reconhecimento Pessoal, Plano de Benefícios, Desafios, Possibilidade de Remuneração Comissionada, Programa de Treinamento e Aperfeiçoamento Profissional.

O que você entende por empreendedorismo? Você  se considera empreendedor? Porque? Cite um exemplo.
Embora pareça uma pergunta óbvia, percebe-se que muitos profissionais não reconhecem seu significado, nem tão pouco a sua importância no mundo coorporativo.
O verdadeiro empreendedor investe tempo, sacrifica interesses pessoais, abre mão de facilidades, investe em aprendizado, e possui foco no amanhã. Possui objetivos e estratégias bem definidas.
Sendo assim, é importante que localize tais atitudes em sua carreira esboçando-a de maneira clara e pessoal. Não dê exemplos generalistas “Pessoas empreendedoras são...”. Estes são exemplos literários. Diga: “O que me faz empreendedor é....”

Você se considera persuasivo?
Esta questão será equiparada a sua possibilidade de convencer ou não o entrevistador a respeito da sua contratação. Você pode dizer que é persuasivo, sem no entanto convencê-lo de uma palavra sequer.
Podemos nos utilizar de técnicas de persuasão ou pensar que um produto bom vende-se por ele mesmo.

Você demitiria alguém? Porquê?
Esta questão pode avaliar parâmetros que você utiliza para demitir, ou se mesmo consegue fazê-lo.
As demissões são inevitáveis na atual conjuntura, sendo assim é  importante, se necessário, que o processo demissional seja analisado nos seus pormenores, considerando aspectos como: atitudes, comportamentos e resultados inadequados.
Deve-se pensar na possibilidade de reintegrar o sujeito a outros setores da empresa, ou recorrer a  Processos de Outplacement (Recolocações externas) bem como,  providenciar a indicação do mesmo para outras empresas, no caso de uma demissão sem justa causa, considerando que seu desligamento não seja de crivo ético.

Se pudesse começar outra vez, o que faria diferente?
O entrevistador pode verificar o valor que dá para suas conquistas, bem como a capacidade que possui de extrair experiências positivas em suas histórias. Sendo assim, é importante que seu parecer seja positivo, o que não o impede de citar mudanças, principalmente se estas ainda estão incluídas no seu rol de objetivos.

Qual é seu valor hoje no mercado de trabalho? Quanto você espera ganhar se lhe oferecermos esta oportunidade?
A negociação é considerada pelos profissionais a parte mais difícil.
Sem dúvida é importante que o profissional tenha conhecimentos do seu “valor” , tanto monetário quanto intelectual.
Utilize a entrevista como uma possibilidade mútua de conhecimento. Você também pode perguntar. A aprovação ou reprovação é de mão dupla. A empresa pode aceitá-lo, porém, você não a ela. Então, avalie os ganhos que você poderá ter em conhecimento, possibilidade de ascensão, distância de locomoção, custeio de cursos, desafios, pois, isso agrega “valor” na carreira.

Seja flexível e peça a proposta, lembrando-se sempre que primeiro divulga-se o produto, depois se discute valores. OK!?

quarta-feira, 30 de março de 2016

GESTÃO DE CARREIRAS



Existem dois fatores na arte do gerenciamento de carreira que costumam ser negligenciados por executivos e profissionais em geral: networking e marketing pessoal. Atualmente estão muito relacionados, pois o networking é o meio mais eficiente de se conseguir divulgação no mercado.
 É uma forma de fazer com que o mercado, leia-se empresas de search, executivos, empregadores em potencial, conheçam suas competências e diferenciais.
Mas vamos abordar o conceito de networking com um pouco mais de profundidade. A experiência com executivos mostra que eles têm mais facilidade e disponibilidade de investir tempo e dinheiro num curso de MBA que em almoços e happy hours com contatos. Ou seja, parece existir uma resistência a “gastar tempo” com contatos, o que é muitas vezes expresso com desculpas como: “estou muito ocupado”, “não tenho tempo”, só posso almoçar com colegas da empresa”, “não gosto de misturar vida pessoal e profissional”, etc. No entanto, em termos de empregabilidade e gerenciamento de carreira, cultivar sua rede de relacionamentos é tão importante quanto investir em um curso de MBA ou em idiomas.
Portanto, todos os executivos e profissionais em geral deveriam entender networking como “uma questão de sobrevivência”.
1.  Lembrar que cada novo contato deve se tornar um relacionamento, alguém com quem você falará alguma vezes por ano, pelo menos, e não um contato de uma única vez.
2.  Tentar desenvolver contatos com um foco de carreira dentro de um segmento ou indústria ou área de atuação. Ninguém conseguirá ter contatos com todo o mercado de trabalho.
3.  Tornar networking um hábito e não um esforço: reservar um ou dois almoços por semana para networking, procurar conversar com pessoas em congressos, seminários, e quem sabe descobrirá alguém para desenvolver e manter contato.
4.  Desenvolver suas habilidades de relacionamento e empatia, pois esta é uma competência essencial não somente para fazer networking, como para seu crescimento como profissional.
5.  Busque retomar antigos contatos em épocas prósperas, contando boas notícias e não somente quando está em transição de carreira ou precisando de um favor.
6.  Não perca oportunidade de conversar com um consultor de carreira ou headhunter, esta reunião pode ser o início de um relacionamento e eles podem se tornar grandes aliados ou conselheiros.
Toda carreira precisa de objetivos bem definidos, de um foco, claro que com alguma maleabilidade, mas o profissional precisar esmiuçar tudo o que pretende em cada empresa em que trabalha. Assim, fica mais fácil alcançar as propostas.

Essa "organização de objetivos" pode ser feita por meio de um plano de carreira. Esse é um trabalho que exige muito planejamento e, da parte do seu orientador, muito conhecimento a respeito do histórico profissional. No seu plano deve estar o seu projeto de vida, o de carreira, o que deseja realizar na empresa, suas experiências anteriores e suas correções futuras.

Inicialmente, você deve fazer anotações de tudo o que lembra e seguir alguns tópicos para organizar os dados, sempre fazendo anotações. Só depois de rascunhar tudo é que você deve avaliar as informações. É uma grande pesquisa sobre sua vida, carreira, e da empresa em que está inserido. Veja algumas sugestões:

Primeiro verifique seus objetivos de carreira, veja quais são seus pontos fortes para atingir este objetivo e quais seus pontos a desenvolver.

Lembre de suas experiências anteriores e veja o que pode aproveitar ou mesmo implantar na empresa em que trabalha. Relembre também motivos de desligamento, o que poderia ter feito e tente colocar no seu plano de carreira atual.

Faça um plano de ação envolvendo datas, ações, pessoas com quem gostaria de compartilhar seu plano, etc.

Converse com seu chefe para confirmar se suas sugestões de desenvolvimento estão alinhadas com as dele. Tente buscar o máximo possível de informações com seus pares, chefe e subordinados, pois através das expectativas deles, conseguirá definir focos. Mas lembre-se: só é útil aquilo que é pertinente ao seu projeto de carreira e de vida.

Existem vários instrumentos que auxiliam nesse processo, como a avaliação 360º. Essa ferramenta verifica se os profissionais possuem ou não competências consideradas importantes para o cargo que ocupam (ou para a empresa), em que grau eles as possuem e quais as ações necessárias para seu desenvolvimento. A partir desta identificação será possível estabelecer planos específicos de treinamento, desenvolvimento e/ou remanejamento.


SEJA CISNE
Por Roberto Shinyashiki

Talvez o maior desafio da vida moderna seja sermos nós mesmos em um mundo que insiste em modelar nosso jeito de ser.
Querem que deixemos de ser como somos e passemos a ser o que os outros esperam que sejamos.
Aliás, a própria palavra "pessoa" já é um convite para que você deixe de ser você.
"Pessoa" vem de "Persona", que significa "máscara".
É isso mesmo: coloque a máscara e vá para o trabalho. Ou vá para a vida com a sua máscara.
Talvez o sentido do elogio: "Fulano é uma boa pessoa", signifique na verdade: "Ele sabe usar muito bem a sua máscara social".
Mas qual o preço de ser bem adaptado?
O número de depressivos, alcoólatras e suicidas aumenta assustadoramente.
Doenças de fundo psicológico como síndrome do pânico e síndrome do lazer não param de surgir.
Dizer-se estressado virou lugar-comum nas conversas entre amigos e familiares.
Esse é o preço.
Mas pior que isso é a terrível sensação de inadequação que parece perseguir a maioria das pessoas.
Aquele sentimento cristalino de que não estamos vivendo de acordo com a nossa vocação.
E qual o grande modelo da sociedade moderna? Querer ser o que a maioria finge que é. Querer viver fazendo o que a maioria faz.
É essa a cruel angústia do nosso tempo: o medo de ser ultrapassado em uma corrida que define quem é melhor, baseada em parâmetros que, no final da pista, não levam as pessoas a serem felizes.
Quanta gente nós não conhecemos, que vive correndo atrás de metas sem conseguir olhar para dentro da sua alma e se perguntar onde exatamente deseja chegar ao final da corrida?
A maior parte das terapias prega que as pessoas não olham para dentro de si com medo de encontrar a sua sombra.
Porém, na verdade, elas não olham para dentro de si por medo de encontrar sua beleza e sua luz.
O que assusta é o receio de se deparar com a sua alegria de viver, e ser forçado a deixar para trás um trabalho sem alegria.
Mas sejamos francos: para quê manter um trabalho sem alegria? Só para atender às aspirações da sociedade?
Basta voltar os olhos para o passado para ver as represálias sofridas por quem ousou sair dos trilhos, e, mais que isso, despertou nas pessoas o desejo de serem elas mesmas.
Veja o que aconteceu a John Lennon, Abraham Lincoln, Martin Luther King, Isaac Rabin?
É muito perigoso não ser adaptado!
Essa mesma sociedade que nos engessa com suas regras de conduta, luta intensamente para fazer da educação um processo de produção em massa. Porque as pessoas que vivem como máquinas não questionam a própria sociedade.
A maioria das nossas escolas trabalha para formar estudantes capazes de passar no vestibular.
São poucos os educadores que se perguntam se estão formando pessoas para assumirem a sua vocação e a sua forma de ser.
As escolas de música ensinam com os mesmos métodos as mesmas músicas. Quase todas querem formar covers de Mozart ou covers dos Beatles. É raro um professor com voz dissonante que diga para seus alunos: "Aqui você vai aprender idéias, para liberar o músico que existe dentro de você".
Os MBA's, tão na moda, na sua maioria, usam os mesmos livros, dão as mesmas aulas, com o objetivo não explicitado de formar covers do Jack Welch ou do Bill Gates.
O que poucos sabem é que nenhum dos dois fez MBA.
Bill Gates, muito ao contrário disso, abandonou a idolatrada Harvard para criar uma empresa na garagem, que se transformou na poderosa Microsoft.
Os MBA's são importantes para que o aluno aprenda alguns instrumentos de administração. Mas alguém tem de dizer ao estudante: "Utilize essas  ferramentas para implementar suas idéias, para ser intensamente você".
Quantos casos de genialidade que foram excluídos das escolas porque estavam além do que o sistema de educação poderia suportar.
Conta-se que um professor de Albert Einstein chamou seu pai para dizer que o filho nunca daria para nada, porque não conseguia se adaptar.
Os Beatles foram recusados pela gravadora Deca!
O livro foi recusado por 13 editoras!
Caetano Veloso foi vaiado quando apareceu com a sua música "Alegria, Alegria!".
O projeto da Disney Word foi recusado por 67 bancos!
Os gerentes diziam que a idéia de cobrar um único ingresso na entrada do parque não daria lucros.
O genial Steven Spielberg foi expulso de duas escolas de cinema antes de começar a fazer seus filmes, provavelmente porque não se encaixava nos padrões comportamentais e técnicos que a escola exigia que ele seguisse.
Só há pouco tempo é que ele ganhou um título de "honoris causa" de uma faculdade de cinema.
E recebeu o titulo pela mesma razão que foi expulso anteriormente: ter assumido o risco de ser diferente, por não ceder à padronização que faz com que as pessoas pareçam seres saídos de linhas de montagem.
A lista de pessoas que precisaram passar por cima da rejeição porque não se adaptavam ao esquema pré-existente é infinita.
A sociedade nos catequiza para que sejamos mais uma peça na engrenagem e quem não se moldar para ocupar o espaço que lhe cabe será impiedosamente criticado.
Os próprios departamentos de treinamento da maioria das empresas fazem isso.
Seres humanos não deveriam ser treinados, e sim estimulados a dar o melhor de si em tudo o que fazem.
Resultado: a maioria das pessoas se sente o patinho feio e imagina que todo o mundo se sente o cisne.
Triste ilusão: quase todo mundo se sente um patinho feio também.
Ainda há tempo! Nunca é tarde para se descobrir único. Nunca é tarde para descobrir que não existe nem nunca existirá ninguém igual a você.
E ao invés de se tornar mais um patinho, escolha assumir sua condição inalienável de cisne!

Ciamara Poletti
Consultora Executiva de RH Corporativo
Psicóloga Clínica e Organizacional pela Universidade Metodista de SP UMESP