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quarta-feira, 13 de julho de 2016

Material de Estudos - Disciplina: Teorias do Letramento








Fala e escrita são modalidades complexas da linguagem, isto é, ao mesmo tempo se distanciam e se aproximam.
Existem situações comunicativas diferentes do ambiente escolar e que devem ser levadas para o espaço de sala de aula.
Alfabetização é um conceito muito restrito no que diz respeito à aquisição da escrita.
O processo de letramento ocorre antes da escolarização e a experiência de cada aluno nos ambientes letrados é individual.
O letramento pode ocorrer de dois modos: na escola e fora dela, ou seja, a partir de textos verbais e não verbais que estão presentes no cotidiano dos alunos.
Na perspectiva do letramento, o núcleo do processo de aprendizagem do desenvolvimento da leitura e da escrita está na atribuição de significados estabelecidos ao longo da prática de leitura e de escrita realizada na escola e fora
dela.
A linguagem ensinada nas escolas é a linguagem das classes sociais favorecidas.
Uma criança pertencente às classes populares traz consigo variedades não prestigiadas, ou seja, a variedade com que teve contato durante o processo de aquisição da linguagem.
Os estudos da perspectiva estrutural têm mostrado como a escola dificulta o processo de aquisição da língua escrita pela criança pertencente às camadas populares.
Os estudos da perspectiva funcional demonstram o processo de desaprendizagem das verdadeiras funções da escrita imposta pela escola.
As crianças de classes favorecidas dominam a função representativa da língua em suas produções orais e escritas, graças ao papel que a escrita exerce em seu cotidiano (ambientes letrados).
As crianças pertencentes às classes populares entendem a escola como um ambiente de regulação de seus comportamentos sociais.
As crianças que aprendem a usar a escrita apenas de acordo com a função reguladora (repetida nas escolas) atribuem a essa modalidade linguística um sentido de interlocução artificial.
A persistência da escola em permitir aos alunos usar a escrita, em situações que privilegiam a normatização e a aquisição da linguagem padrão, converge em um processo de aprendizagem e desaprendizagem das funções da escrita (SOARES, 2003).
A questão do fracasso da alfabetização é foco de pesquisas e estudos da Educação, Psicologia, Linguística e, especificamente, da Sociolinguística.
A escola, muitas vezes, é o lugar que favorece o distanciamento entre a variedade padrão e as variedades não padrão. O papel da escola no processo de aquisição da escrita deve ser repensado.
A escola deve buscar aproximar as práticas que envolvem a escrita das práticas sociais vivenciadas pelos alunos. Para isso, é necessário entender o conceito de letramento.
Os novos paradigmas teóricos, a prática com textos aliada ao conhecimento de situações de uso da linguagem formam um conjunto fundamental do qual se sustenta o ensino da língua portuguesa.
Não se deve abrir mão do ensino da gramática, porém é preciso inseri-la no texto como método de aprendizagem para um melhor desempenho, e não simplesmente atribuí-la como regra, como um meio de desenvolver um texto, conforme a norma-padrão.
A escola ainda continua sendo um espaço de acesso à norma-padrão. Porém, não se deve reduzir o ensino de língua materna ao ensino de regras e nomenclaturas gramaticais.
O questionamento vindo da psicologia genética, da psicolinguística, da linguística textual e da análise do discurso, contribuiu para importantes mudanças acerca do ensino da língua portuguesa no cenário brasileiro.
Paulo Freire foi um ativista social e educador brasileiro. Nasceu em Recife em 1921 e faleceu em São Paulo em 1997. Deixou um legado que revolucionou as práticas pedagógicas no Brasil e na América Latina.
Paulo Freire apresenta uma noção de alfabetização que transforma o material e o objetivo com que se alfabetiza e as relações sociais em que se alfabetiza.
A concepção de Paulo Freire se opõe ao método de alfabetização tradicional, que faz uso de palavras descontextualizadas da vida do alfabetizando, ignora seu espaço social, cultural e político de vivência e não objetiva o desenvolvimento da consciência crítica.
A concepção de alfabetização de Paulo Freire foi diferente por possibilitar uma aprendizagem libertadora, não mecânica, que requer uma tomada de posição frente ao cotidiano difícil.
O diferencial de Paulo Freire está na promoção da horizontalidade na relação entre educador e educando, na valorização de sua cultura e no aspecto humanístico de alfabetizar .
Paulo Freire é contra a hierarquia vertical entre alunos e professores e defende uma aprendizagem do ler e do escrever integradora, abrangente, não fragmentada com forte teor ideológico.

• Uma aprendizagem do ler e do escrever integradora, abrangente, não fragmentada com forte teor ideológico.

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