Soares (2011) destaca três pontos de vista no
debate sobre o conceito de alfabetização:
(1) a língua escrita não pode ser entendida apenas
como a mera representação da língua oral;
(2) há diferenças entre a língua escrita e a língua
oral;
(3) a concepção de alfabetização não é igual em
todas as sociedades. Os dois primeiros consideram a alfabetização como sendo um
processo individual, já o terceiro ponto de vista entende como um processo
social.
Para ser um bom leitor e bom escritor é preciso
garantir uma comunicação contextualizada.
É preciso diferenciar
• Aquisição da língua oral e escrita
• Processo de desenvolvimento da língua (oral e
escrita)
• Não há preocupação com a satisfação no trabalho e
com o relacionamento social do empregado.
Alfabetização, então, é
• É um fenômeno de natureza complexa,
multifacetado.
• Entender alfabetização envolve compreender as
perspectivas psicológica, psicolinguística, sociolinguística e linguística.
Foco da análise Psicológica
• Recentemente voltou-se para abordagens
cognitivas, sobretudo no quadro da Psicologia Genética de Piaget.
• Seguindo a linha teórica piagetiana (teoria dos
processos de aquisição de conhecimento), temos:
• Emília Ferreiro: precursora do construtivismo.
Teoria
•Emília Ferreiro (apud, SOARES, 2011), em suas
investigações sobre os estágios de conceitualização da escrita e o
desenvolvimento ‘lecto-escrita’ na criança, percebeu que o sucesso ou o
fracasso da alfabetização está relacionado com o estágio de compreensão da natureza
simbólica da escrita em que se encontra a criança.
•Ferreiro procura ver a criança no seu processo de
aquisição da escrita.
•Ou seja, seus estudos nos levam a procurar
verificar o que a criança sabe e o que ela não sabe.
•Por que isso é importante?
•porque é, no que a criança ainda não
sabe, naquilo que ela pode e tem condições de fazer com ajuda, com
interferência de alguém, que o professor vai atuar.
Ferreiro não criou um método de alfabetização e, sim, procurou observar como se
realiza a construção da linguagem escrita na criança.
Para Reflexão
•a escrita da criança não é resultado do simples
ato de copiar de um modelo externo. É um processo de construção pessoal.
•Permitem maior precisão e objetividade, porém
demanda mais tempo e custo durante a implantação.
Fase da criança em relação à escrita: os níveis
1) Nível Pré-Silábico:
A criança começa a perceber que a escrita
representa aquilo que é falado e já sabe que uma palavra é formada por várias
letras (no mínimo três), mas ainda não se preocupa com a posição de cada letra.
Elas as utilizam de forma aleatória, pegam letras
do seu nome ou de seu universo já conhecido. Exemplo: COJABOJEO (CAVALO)
2) Silábico:
A criança começa perceber as letras naquilo que é
falado, assim cada letra passa a valer uma sílaba. No entanto, as letras ainda
são utilizadas sem seu valor sonoro convencional. Exemplo: BOEA
(BORBOLETA);
3) Silábico Alfabético:
Essa hipótese corresponde a um período de transição
no qual ora a criança utiliza uma letra para cada sílaba e ora reconhece os
demais fonemas. Exemplo: SAPTO para SAPATO);
4) Alfabético:
A criança já consegue reproduzir adequadamente
todos os fonemas de uma palavra, entendendo que cada um dos caracteres da
palavra corresponde a um valor sonoro menor do que a sílaba.
Nessa fase, ainda persistem alguns erros
ortográficos e a criança confunde, por exemplo, S e SS, X e CH. Exemplo:
DINOÇARO (DINOSSAURO).
Para pensar
•O conceito de Letramento passou a envolver a ação
de estar em contato com distintos tipos de texto e compreender o que ele traz.
Isso é um retrocesso.
•“Eu me nego a aceitar um período de decodificação
prévio àquele em que se passa a perceber a função social do texto [...]”
(FERREIRO, 2004)
Letramento: são as consequências sociais e históricas da
introdução da escrita em uma sociedade. “as mudanças sociais e discursivas que
ocorrem em uma sociedade quando ela se torna letrada” (KLEIMAN, 1995, p. 20)
•Qual é o núcleo do conceito de letramento?
São as práticas sociais de leitura e de escrita,
para além da aquisição do sistema de escrita, ou seja, para além da
alfabetização. (KLEIMAN, 1995, p. 15)
Os estudos de Ferreiro e Teberosky foram sendo
intensamente divulgados no Brasil e passaram a nortear a reflexão e a prática
pedagógica no campo da alfabetização.
A importância do Método Fônico no processo de
Alfabetização
•Há quatro momentos históricos no processo de
alfabetização.
1. O método como ensino da leitura
Até o final do Império Brasileiro Para o ensino da
leitura, utilizavam-se, nessa época, métodos de marcha sintética (da
"parte" para o "todo"):
Ou seja:
•Soletração (alfabético): partia-se do
nome das letras;
•Fônico: partia-se dos sons correspondentes
às letras;
•Silabação (emissão de sons): partia-se
das sílabas.
2. A institucionalização do método analítico
Uma das características deste método é que a
leitura deveria iniciar-se pelo “todo” para as “partes”.
3. A alfabetização na medida certa a alfabetização passa a ser vista como
uma questão de “medida”, pois o método de ensino se subordina ao nível de maturidade
das crianças em classes homogêneas.
Reflexão
O aprendizado da escrita ainda era considerado
“mecânico” ou “instrumental” dependendo das habilidades de leitura. (MORTATTI,
2006)
4. Alfabetização: construtivismo x método fônico
Este período se inicia na década de 1980 com a
preocupação em relação ao fracasso escolar das crianças.
Como devemos pensar a alfabetização?
No sentido técnico, a alfabetização significa
relacionar sons com letras, fonemas com grafemas, para codificar ou para
decodificar. Envolve, também, o aprendizado de como segurar o lápis, por
exemplo;
No sentido linguístico, envolve o
reconhecimento da língua, como código e como instrumento necessário no processo
de comunicação.
O conceito de alfabetização é resignificado ao
longo do processo histórico.
•O termo comportou abarca diferentes sentidos e foi
apresentado de diferentes formas:
•“ensino das primeiras letras”; “ensino de
leitura”; “ensino simultâneo de leitura e escrita”.
A importância da Consciência Fonológica no processo
de Alfabetização
• Mas o que é consciência Fonológica?
É um conjunto de habilidades que vão desde uma
percepção da palavra, no que se refere ao seu tamanho, até as semelhanças
fonológicas entre as palavras e sua segmentação e entre as sílabas e os
fonemas.
Ou seja:
•Seria a percepção que as palavras seriam
construídas por diversos sons.
consciência fonológica se desenvolve em crianças
entre seis e sete anos de idade na medida em que a criança adquire
conhecimentos de palavras, sílabas, fonemas e grafemas.
O que envolve a consciência fonológica?
Envolve o reconhecimento pela criança de que as
palavras são formadas por diferentes sons que podem ou não ser manipulados. E
abrangem não só a capacidade de reflexão, mas ainda a de operação com fonemas,
sílabas, rimas e aliterações (MEDEIROS e OLIVEIRA, 2008).
Esta pode ser dividida três níveis: rimas e
aliterações (exemplo: café – boné); sílabas (exemplo: fada – faca) e fonemas
(exemplo: vida – vento).
A consciência fonológica pode ser dividida em três
tipos:
Consciência sintática,
Consciência de sílabas,
Consciência de fonemas.
•Quais as dificuldades que as crianças apresentam
no seu processo de aquisição de leitura e escrita?
•Qual o papel do educador neste processo de
alfabetização?
Questões importantes
•O que é alfabetização?
•Quais as suas características?
•Para que ela serve?
•Há mais de um modo de se alfabetizar um indivíduo?
Vamos refletir
Se a intenção da escola é formar pessoas leitoras e
escritoras competentes, é necessário dar sentido ao ato de ler e de escrever.
•Mas como atingir esse objetivo?
É função da escola, mais do que alfabetizar é
tornar possível aos seus alunos o domínio de um código e, por meio desse, a
convivência com uma infinidade de gêneros e situações comunicativas.
Reflexões sobre a importância do processo de
aquisição da língua escrita
A escrita deve ser prazerosa e significativa para a
criança, caso contrário, poderá se tornar um adulto que não tenha o domínio da
língua escrita.
A forma melhor de propor a aquisição da escrita, é
por meio da formulação de hipótese e experimentação da escrita.
Professor Mediador
•O professor mediador precisa ter a sua atenção
voltada para a análise do caminho pelo qual seu aluno percorre para chegar à
resolução de situações desafiadoras na aprendizagem
•Detectar as estratégias
Referências
SOARES,
Magda. Alfabetização e letramento. 6ª ed. São Paulo: Contexto, 2011.
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