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segunda-feira, 7 de março de 2016

Material de Estudos - Disciplina: Educação Lúdica


AS BASES TEÓRICAS DA EDUCAÇÃO LÚDICA
A Ludicidade e a formação do educador
Quanto mais o educador vivenciar sua ludicidade, maior será a chance deste profissional trabalhar com a criança de forma prazerosa.
Objetivo
• Proporcionar aos educadores vivências lúdicas, experiências corporais, que se utilizam da ação, do pensamento e da linguagem, tendo no jogo sua fonte dinamizadora.
FUNÇÃO LÚDICA - BRINCAR LIVRE
FUNÇÃO EDUCACIONAL - BRINCAR DIRECIONADO
Jogo, brinquedo e brincadeira
• Jogo – caracterizado pela presença de regras, mas a imaginação coloca à disposição de seus participantes a possibilidade de modificá-las de acordo com necessidades e interesses.
• Brinquedo – Objeto que atende à função lúdica possibilita momentos de brincadeira ou de jogo.
• Brincadeira – inicia pela imaginação e não tem intencionalidade na ação. A regra se faz necessária para organizar os conflitos sociais e cognitivos surgidos.
A FUNÇÃO EDUCACIONAL DA LUDICIDADE
Ludicidade na educação
• Segundo Almeida (2004), o processo de construção do saber por meio do jogo como recurso pedagógico ocorre porque, ao participar da ação lúdica a criança:
- estabelece metas;
- constrói estratégias;
- planeja.
Ludicidade na educação
• Valorização dos diferentes estilos de aprendizagem.
• Valioso recurso pedagógico.
• Desenvolve a cognição, a afetividade e a socialização das crianças.
• Valorização dos diferentes estilos de aprendizagem.
• Valioso recurso pedagógico.
• Desenvolve a cognição, a afetividade e a socialização das crianças.
Situação-Problema
Será que ensinar por meio da ludicidade sempre dá certo ou apresenta algumas dificuldades?
Quais seriam elas e como enfrentá-las?
•Assim como toda aprendizagem, o jogo também evoca problemas e necessidades de superação;
• Planejamento;
•Estudo constante;
•Reflexão sobre a prática
• A brincadeira é mais do que “passatempo” sendo necessária para o desenvolvimento e aprendizagem da criança, quando brinca a criança demonstra:
- Domínio da linguagem simbólica;
- Articulação entre a imaginação e a imitação da realidade; (RCNs)
• A brincadeira favorece a auto-estima das crianças, auxiliando-as a superar progressivamente suas aquisições de forma criativa. (RCNs)
• Brincar contribui, assim, para a interiorização de determinados modelos de adulto;
• Essas significações atribuídas ao ato de brincar transformam-no em um espaço singular de constituição infantil.
O LÚDICO E O JOGO NA EDUCAÇÃO
Estudos realizados por Kishimoto apontam que nem sempre o brinquedo satisfaz a criança. KISHIMOTO (2008)
Retomando as diferenças entre jogo, brinquedo e brincadeira segundo Kishimoto.
Os jogos de faz de conta são fundamentais para o processo de ensino e aprendizagem, pois possibilitam as crianças:
• o desenvolvimento do pensamento simbólico;
• auxiliam no desenvolvimento emocional.
A cultura de determinado grupo social determina é e determinada pelos jogos, brinquedos e brincadeiras.
A boneca permite a criança várias formas de brincadeiras... O brinquedo estimula a representação, a expressão de imagens, que evocam aspectos da realidade. Ao contrário, jogos como o xadrez e de construção exigem o desempenho de certas habilidades tendo em vistas regras preexistentes.
O LÚDICO COMO RECURSO PEDAGÓGICO DIRECIONADO AS ÁREAS DE DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM
As contribuições de Vygotsky
O jogo propicia interações e atua na zona de desenvolvimento proximal, possibilitando à criança vivenciar situações que a levam a comportamentos além dos habituais. (RAU, 2001, p.97)
As contribuições de Vygotsky
0 a 3 anos – manipulação de objetos – o objeto se sobrepõe ao seu significado;
4 a 6 anos – vivencia de papéis – o significado se sobrepõe ao objeto;
O jogo no ambiente escolar:
• estimula o desenvolvimento cognitivo, afetivo, motor, social entre outros;
• foco no planejamento: organizar o espaço físico, refletir sobre os objetivos a serem atingidos para a escolha das situações-didáticas a serem desenvolvidas.
O jogo no ambiente escolar
• A sala de aula é um espaço privilegiado, porém outros espaços como a Brinquedoteca poderão ser utilizados para a diversificação das possibilidades de desenvolvimento e aprendizagem.
A CULTURA LÚDICA PARA ALÉM DA PRÁTICA NA ESCOLA
Cultura Lúdica
Conjunto de procedimentos que torna o jogo possível;
Dispor de uma cultura lúdica é dispor de um certo número de referências que permitem interpretar como jogo atividades que poderiam não ser vistas como tais por outras pessoas.(BROUGÈRE, 1998).
Varia de acordo com a cultura em que está inserida a criança e sua cultura lúdica. As culturas lúdicas não são (ainda?) idênticas no Japão e nos Estados Unidos. Elas se diversificam também conforme o meio social, a cidade e mais ainda o sexo da criança.
(BROUGÈRE, 1998).
No campo educacional Moyles (2002) apresenta a necessidade de proposição de um currículo lúdico, que considere o jogo um recurso pedagógico privilegiado.
O jogo como recurso pedagógico implica planejamento e previsão de etapas por parte do professor, para alcançar objetivo predeterminados. (RAU, 2011, p.145)
As situações promovidas por meio de brincadeiras precisam ser discutidas, analisadas e trabalhadas pelo professor para que possam propiciar a formação de conceitos específicos. (RAU, 2011, p.145)
A PRÁTICA PEDAGÓGICA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO
Os jogos tem um papel importante no processo de desenvolvimento e aprendizagem da criança e poderão ser classificados conforme diferentes aspectos, assim temos:
1. Jogos educativos;
2. Jogos de regras;
3. Jogos recreativos;
4. Jogos tradicionais;
5. Jogos cooperativos;
Jogos Educativos
Situações lúdicas elaborados pelos adultos com o objetivo de estimular aprendizagens específicas:
- O cachorro e o osso;
- Guiando um cego;
- Percurso das formas;
- Estátua dançante.
Jogos de Regras
Proporciona a construção de limites por parte da criança e seu contexto social e educativo.
- Bola ao túnel;
- Queimada;
- Acusado;
- Corrida de canguru;
Jogos Cooperativos
Jogos nos quais todos cooperam e ganham, fortalecendo o vínculo entre o grupo.
- Jogo da cadeira vazia;
- A galinha e os pintinhos;
- O jogo da serpente;
- Coelho sai da toca.
Jogos Tradicionais
Situam-se no contexto mais amplo da cultura e do folclore.
- Amarelinha;
- Peteca;
- Cabra cega;
- Morto Vivo
O PAPEL DO JOGO E DA BRINCADEIRA NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
Movimento
Henri Wallon, importante estudioso acerca do desenvolvimento humano, destaca que o movimento corporal humano não é apenas deslocamento voluntário do corpo ou de partes do corpo.
Nesse sentido o movimento corporal humano não pode ser dissociado das dimensões afetivas, cognitivas e sociais.
Essa integração das diferentes dimensões da pessoa pode ser observada em diversas situações, tais como:
- Realizando algo inesperado diante de uma situação de forte emoção;
- Realizando um movimento corporal novo;
- Construindo conceitos abstratos; LIMONGELLI(2004)
Nas brincadeiras as crianças transformam os conhecimentos que já possuíam em conceitos gerais com os quais brincam. Resinificam objetos e emoções, transpondo-os para aprendizagens cognitivas mais elaboradas; exercita a linguagem, adquirindo e ampliando o vocabulário. (RAU, 2011)
O espaço escolar deve ser organizado visando a aspectos simbólicos em um ambiente lúdico, rico e dinamizador, a maneira como a criança é acolhida e o ambiente no qual ela é inserida são tão ou mais importantes que a complexidades das atividades utilizadas. (RAU, 2011)
Assim os materiais e as situações deverão ser diversificadas, tais como:
- Bolas e balões de diferentes tamanhos;
- Pedaços de madeira ou de plástico
- Estimular o bebê a ficar em pé com apoio;
- Cantigas de roda;
- Correr e saltar.
BRINQUEDOTECA: ESPAÇO ESSENCIAL PARA O EDUCANDO
Brinquedoteca
Espaço preparado para estimular a criança a brincar, possibilitando o acesso a uma grande variedade de brinquedos, dentro de um ambiente especialmente lúdico. FRIEDMANN(1996)
Objetivos
- Valorizar os brinquedos e as atividades lúdicas e criativas;
- Possibilitar o acesso a variedade de brinquedos;
- Emprestar brinquedos;
- Possibilitar que as crianças brinquem espontaneamente;
- Criar um espaço de convivência; FRIEDMANN(1996)
Montagem e organização
- Sala ampla, arejada e iluminada;
- Seleção e organização dos brinquedos;
- Exemplo:
Cantos de acordo com determinados temas:
1. Casinha;
2. Mercado
3. Fantasias;
4. Leitura;
5. Artes.
Papel do Professor
- Montar seu próprio espaço lúdico;
- Participar da brincadeira apenas quando convidado;
- Observador;
- Mediador das ações;
- Análise e reflexão sobre as situações de brincadeiras com vistas a aperfeiçoar sua ação Didática.
Importância da observação e do registro
Sagacidade do professor para “ler” seu aluno – sua tonicidade, seu olhar, seu cansaço, sua atenção, seu interesse – a partir da análise destes indicadores descobrir o porquê desta situação e interpretar o papel que está desempenhado como professor. ALMEIDA (2005, p. 137)
Situação-Problema
- Quais os desafios e possibilidades para a organização de uma Brinquedoteca no espaço escolar?
Video: TV Conecta BH - Escola encanta crianças com Brinquedoteca. Disponível em: http://youtu.be/yqXk44PAblU
Situação-Problema
- Autores como Friedmann (1998) já apontaram que nos tempos atuais as crianças estão brincando menos em comparação com as crianças de 50 anos atrás.
Quais os fatores que contribuíram para a diminuição das brincadeiras infantis?
JOGOS E BRINQUEDOS NA EDUCAÇÃO
O educando, ao aprender, conta com a integração entre as áreas:
• sensorial;
• cognitiva;
• motora;
• afetiva;
• social.
A inclusão de jogos e brincadeiras no processo de ensino e aprendizagem facilitará a integração destas diferentes áreas.
As relações possibilitadas pelos jogos RAU(2011, p.117)
Relações sociais:
As jogadas apresentam diferentes combinações que são estimuladas no sujeito com base nas interações com o outro.
Relações espaciais: ocorre por meio da demarcação de espaços, que simulam ruas, cidades, distâncias, lados, posições e deslocamentos, espaço topológico.
Relações lógicas: ocorrem na elaboração de estratégias, articulação de jogadas e observação de boas e más jogadas.
Relações psicológicas: são trabalhadas nas relações que envolvem o perder e o ganhar, admirar o adversário, cooperação, entre outras.
Relações matemáticas: junções, separações, bijeções, problematizar, raciocinar.
Ciências físicas e naturais: estimula a construção de um sistema de pesquisa, observação, de percepção dos fenômenos da vida e da natureza.
Linguagem: o jogo possui um sistema de códigos em suas regras e nas suas interações que lhes são permitidas, apontando as estruturas lexicais e gramaticais.
A CULTURA LÚDICA EM PRÁTICA: ENSINAR, BRINCAR, INTERAGIR
Como identificar a presença da dimensão lúdica nas situações didáticas?
É necessário que o educador possua indicadores para inferir sobre a presença ou não da ludicidade nas situações didáticas.
Prazer funcional
Desperta o interesse em ser realizada novamente?
É clara, simples, e direta (precisa). É realizável em seus tempos, desafiadora, constante na forma e variável no conteúdo, surpreendente e lúdica. (MACEDO, 2005)
Desafio e surpresa
Desafiador – algo que nos “pega” de surpresa!
Surpreendente – não é possível controlar todo o resultado, que algo tem sentido de investigação, de curiosidade, de permissão para a pessoa dizer o que pensa ou sente, de expressar suas hipóteses. (MACEDO,2005)
Possibilidades
Não se realizam tarefas impossíveis!
As crianças precisam dispor de recurso internos e externos para realizar esta tarefa.
Internos – Habilidades e Competências
Externos – Objetos, Espaço, Tempo, Pessoas. (MACEDO, 2005.)
Dimensão Simbólica
O Simbolismo Lúdico significa que aquilo que se faz tem um correspondente, qualquer que seja ele, para a criança. (MACEDO, 2005)
Expressão Construtiva
Uma construção supõe ao mesmo tempo a consideração do conjunto de relações ou pontos de vista que a constituem, e uma referência ou direção. (MACEDO, 2005.)
Referência

RAU, Maria C.T.D.A. A Ludicidade na Educação. 1ª ed. Curitiba: IBPEX - Instituto Brasileiro de Pós-Graduação e Extensão, 2011. 

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