ANTES
Na convocação procure saber mais sobre
a vaga, bem como a característica da seleção (Entrevista Individual, Coletiva,
Dinâmica de Grupo, Técnica ou Psicológica);
Assegure dia, hora e local, anotando em
uma agenda (abandone o hábito dos papeizinhos, pode causar a impressão de falta
de organização e/ou planejamento);
Tenha uma boa noite de sono, com
certeza sua expressão estará melhor, bem como seu raciocínio;
Saiba mais sobre a empresa visitando o
site. É importante que conheça o território que pretende imergir, desta maneira
ficará subsidiado para possíveis perguntas na entrevista de seleção;
Repasse seu Currículo. Verifique se são
concisas e pertinentes as informações nele descritas.
NO DIA
Chegue com antecedência necessária para
checagem de ambiente, da aparência (Toillet) e diminuição da ansiedade
(principalmente daquele que está atrasado);
Observe o movimento da empresa, lendo
se possível algo que esteja disposto na recepção que possa lhe oferecer mais
dados sobre a mesma;
Evite comentários negativos no
elevador, bem como no celular, você já pode estar sendo observado;
Cumprimente o entrevistador “pegando”
(não precisa esmagar, nem tão pouco escorregar) em sua mão e olhando-o nos
olhos. Um sorriso é desejável.
DURANTE
Bolsas e pastas podem ser um incomodo,
nunca as coloque sobre a mesa. Entretanto é importante que sinta-se à vontade
durante a entrevista. Neste caso verifique a disposição de uma possível cadeira
ao lado, pedindo a licença para que deposite suas “coisas”.
Não utilize gírias nem óculos escuros;
Tratando-se de cadeiras giratórias ou
não (é que no primeiro caso é mais comum), sente-se de frente, com as mãos
apoiadas no colo, ou sobre a mesa.
Evite gesticulações excessivas, roer
unhas, quebrar clipes, picar papéis, balançar cadeira, podem ser indicativos de
tensão excessiva.
Dê respostas objetivas com segurança
daquele que conhece o produto que oferece. Evite redundâncias, bem como
respostas fechadas (SIM/NÃO);
Seja espontâneo. Há atualmente uma enorme
gama de manuais de entrevista, bem como profissionais que dirigem e orientam
carreiras, esquecendo-se por vezes de comunicar que o Mercado de Trabalho não
busca um “robô”, para tal se utiliza de tecnologia. Buscamos criatividade,
capacidade de relação, comunicação, capacidade de decisão etc – Evite os
“Enlatados”;
Passe entusiasmo dando respostas
positivas;
Não se queixe dos empregadores
anteriores, bem como de qualquer companheiro de trabalho, seja ele de qualquer
nível hierárquico;
Considere o ponto de vista da empresa,
tendo este como referencial de resposta, pois a mesma espera que seus ideais
sejam confluentes aos dela;
DEPOIS
Caso seja indicação, ou entrevista
mediante carta de apresentação, pode ser de bom tom enviar um e-mail
agradecendo a oportunidade e disponibilizando-se para maiores esclarecimentos;
Contenha sua ansiedade e, caso não
tenha retorno espere quinze dias e telefone. Diga que participou de “tal”
processo e que continua interessado na oportunidade;
Aguarde o prazo estabelecido e caso
este não ocorra, após mais três dias, tente novamente;
Fale somente com a entrevistadora,
evitando deixar recado com outros, ou até mesmo em secretária eletrônica. O
melhor veículo neste caso é o e-mail;
Caso não consiga retorno ou o mesmo não
corresponda a sua expectativa, prepare-se para a próxima e pense de forma
positiva: Vivemos num tempo onde a demanda de profissionais é explicitamente
maior que a demanda de vagas e o treino é necessário para que possamos nos sair
melhor nas demais oportunidades.
CONTEÚDO LATENTE DAS PERGUNTAS DE
SELEÇÃO
Ao longo de alguns anos no mercado de
consultoria venho acompanhando a angústia de alguns candidatos que submetidos a
situações de entrevista indagam-se: Com que objetivo são feitas tais perguntas?
A que se propõe tal investigação?
Baseado nestas questões me proponho a
esclarecer (não esgotar) algumas destas indagativas mostrando o ponto de vista
do entrevistador procurando explicitar o conteúdo submerso nestas perguntas.
O objetivo aqui não é rotular respostas,
mas apontar transformações que podem provocar em sua vida que certamente farão
a diferença em entrevistas.
Data de Nascimento
Há nesta questão duas possibilidade: Ou
você não colocou sua idade no cv, ou parece discrepante a comparação das partes
(idade x aparência). Entretanto cabe aí uma análise. Geralmente os candidatos
omitem sua idade quando a considera elevada para o mercado de trabalho. Não
estamos descartando esta hipótese, pois, o entrevistador busca avaliar quantos
anos o profissional ainda tem para contribuir com a organização, investigando
também o potencial do mesmo aos negócios da empresa.
O questionamento é: Não estaria este
candidato ocultando verdades no primeiro relacionamento?
Isto pode não ser eliminatório, mas
certamente será tratado com cautela. Seja verdadeiro.
Estado Civil / Quantos Filhos / Namora
/ Quanto tempo / Onde mora / Quantas Conduções / Carro.
Se tem filhos, a idade deles pode ser
importante, pois, pensa-se no tempo fundamental utilizado para os
cuidados destes. Vale nesta questão dizer que, se seus filhos são pequenos,
quem executa o cuidado ou, ainda mostrar que o trabalho não interfere
negativamente nesta relação mesmo porque, a relação não se avalia pela
quantidade, mas pela qualidade, mostrando assim que possui capacidade para
administrar seu tempo.
Se não há filhos, quando pretende
tê-los pode ser um agravante afinal, a gestação pode ser complicada e a
ausência inevitável.
A maneira como se fala da relação (seja
ela namoro ou casamento) pode ser significativa pensando que, existem partes
que abdicam da vida profissional em função de exigências afetivas. E se, a
empresa, trabalha com horários oscilantes? Se precisa de disponibilidade para
viagens? Um relacionamento pessoal sem a aceitação destas exigências profissionais
podem desmoronar e ,sabemos que vida pessoal e profissional estão diretamente
ligadas.
Quanto a locomoção até a empresa,
avaliamos o custo bilateral para relação empregador/empregado, principalmente
para àquela que custeia o transporte(afinal o papel do entrevistador, como de
qualquer outro profissional na empresa também é reduzir custos). Existe uma
avaliação também do desgaste promovido pela trajetória residência/empresa que
poderá por vezes ocasionar atrasos.
Você pratica algum tipo de esporte?
Vamos pensar do perfil do esportista:
Dedicação;
Disciplina;
Autonomia;
Busca de resultados;
Capacidade de efetuar sacrifícios
pessoais, e superar limites;
Competitivo;
Estratégico;
Claro que esportes diferentes, perfis
diferentes. O entrevistador estará também neste momento avaliando a linguagem
não verbal como: a emoção e entusiasmo que comenta tal assunto, o brilho no
olhar etc. Afinal temos que admitir que as pessoas tendem a dar respostas
socialmente aceitas, não é?
Quais são seus projetos de vida?
Pensamos que profissionais de sucesso
possuem facilidade para trabalhar com metas, bem como delimitá-las em sua vida
pessoal e profissional.
Quanto mais obscuros forem os motivos
que dirigem a ação do sujeito, maiores serão suas dificuldades em canalizar
suas energias para realização de tarefas, sendo assim suas atitudes serão
difusas, não haverá a vibração da conquista, nem tampouco motivação para um
novo passo, afinal não se sabe onde está nem onde quer chegar.
É importante que suas metas sejam factíveis.
Você possui alguma religião? Fale-me a
respeito.
O candidato poderá trazer questões de
solidariedade, filantropia, preocupação social em geral, e um refinamento na
relação com o outro (respeito/carinho). Normalmente é avaliada também a
congruência, ou não, dos aspectos crença/perfil organizacional.
Fale-me sobre você.
O entrevistador irá verificar a maneira
como o profissional se percebe, a capacidade que possui de falar de si tanto
nos aspectos pessoais quanto profissionais, sabendo-se que o último é o foco.
Irá verificar se possui capacidade de síntese, objetividade, se traz entusiasmo
e positividade tratando pontos de interesse como: Formação Acadêmica (em alguns
casos o nível da faculdade pode ser um ponto de venda), Empregos anteriores
sempre do mais atual para os mais antigos, (citando no máximo os três últimos),
porte e segmento das empresas, resultados quantitativos e qualitativos,
projetos, viagens internacionais, idiomas etc.
Fale três pontos fortes e três fracos.
Esta pergunta tem sido extinta do nosso
rol de entrevistas, pois, há uma enorme probabilidade de respostas prontas,
ainda assim podem ser usadas para comparar o que dizem com o comportamento
apresentado. Ex: O profissional diz que é muito organizado, entretanto ao
solicitarmos que anote dados pertinentes à seleção ele pede um “papelzinho”.
Uma pessoa muito organizada não teria uma agenda?
Os negativos podem ser interpretados
como a capacidade que o profissional possui para aprimorar-se, tanto nos
aspectos profissionais quanto pessoais, portanto é importante que apresente a
maneira como vem trabalhando as dificuldades.
Objetivo profissional no cargo que
pleiteia?
Alguns profissionais não possuem
objetivos relativos à vaga que está pleiteando, e tão somente o faz, devido à
necessidade referente ao momento vivenciado. Ex: A vaga é administrativa, o
profissional estuda direito e diz que seu objetivo é ser Juiz.
Porque se desligou ou está se
desligando da empresa?
O desligamento pode abrigar desde
fatores simples como “downsizing”, processo falimentar, conjuntura
econômico-financeira etc., até revelar características pessoais sérias como
tendência a furto, roubos, corrupção ativa ou passiva, incapacidade
profissional ou para relacionamento interpessoal, baixa gerenciabilidade,
inflexibilidade etc.
Pode surgir, neste contexto, o
profissional que pede demissão várias vezes podendo revelar baixo nível de
compatibilidade com a filosofia da empresa.
A constante insatisfação pode ser
associada a quadros motivacionais oscilantes.
O ideal é que a saída do profissional
tenha sido por convite de outras organizações, dos quais foram encarados como
desafios e oportunidades de expansão horizontal e vertical (Conhecimento e
Hierarquia).
É importante que o profissional não se
vitimize mediante o quadro demissional.
Porque deveríamos contratá-lo?
Este é um momento em que o
entrevistador vai avaliar se o candidato possui uma visão panorâmica com
relação aos negócios da Organização. Você pode mostrar que sua experiência é
congruente aos negócios propostos e que pode agregar valor, bem como
compartilhar do mesmo – São os relacionamentos de troca. Aponte seus
diferenciais.
Porque você deseja (suas expectativas)
trabalhar nesta empresa?
É hora de mostrar que conhece a empresa
e que esta faz parte de seus projetos (se esta realmente faz pode ser um
diferencial).
É importante que suas expectativas
sejam embasadas na realidade, do contrário a empresa perceberá que não poderá
corresponder à mesma.
Sabendo-se que a supressão de
expectativas pode ser desencadeante da desmotivação a empresa poderá não
contratá-lo antecipando um possível desligamento, por interesse de qualquer uma
das partes, e o conseqüente custo para um novo processo seletivo.
Como você percebe o trabalho sobre
pressão?
Hoje a grande maioria das áreas
trabalham voltadas para resultados, o que pressupõe-se trabalho sobre pressão.
Muito embora sabemos que para alguns a pressão não é necessariamente agradável,
é importante que o mesmo apresente flexibilidade para lidar com as cobranças
cotidianas. Sabemos que isso é possível, afinal o ser humano é adaptável. Claro
que a dificuldade com a mesma pode causar problemas relacionais e físicos
(doenças psicossomáticas) mas, para isso fazemos uso da administração do tempo,
onde podemos inserir no nosso cotidiano situações de prazer, bem como
atividades que possibilitem tais descompressões. O esporte é uma boa dica.
Fale-me sobre a última empresa que
trabalhou.
É importante que seja ético sempre, não
revelando informações que possam expor a empresa, lembre-se que o entrevistador
pode pensar que faria o mesmo com ela.
Pode ser investigado o que achou da
experiência adquirida, verificando a capacidade de absorver conhecimentos, bem
como levantar aspectos que revelem desafios profissionais e pessoais.
Poderá ser dito do prazer em fazer
parte do time, citando conhecimentos adquiridos e sucessos obtidos.
Pense! Por pior que tenha sido a
experiência na empresa anterior é possível extrair uma lição positiva.
Lembre-se “Ninguém faz nada conosco sem
que haja nossa “provação”, do contrário podemos pensar que tendemos a culpar os
outros pelos nossos fracassos e não assumir nossas responsabilidades”.
Fale-me sobre um sucesso
profissional seu.
Numa pergunta como esta é fácil
identificar pessoas que estão ou não acostumadas com o sucesso, percebemos pela
narrativa o entusiasmo da conquista. A morosidade da narrativa pode ser
inventiva, ou proveniente da dificuldade em ver como satisfatório a função que
desempenha. Neste caso se você não consome o produto, porque a empresa o faria?
Procure relatar em termos quantitativos
comprováveis.
Seja objetivo e conciso enriquecendo o
discurso com os chamados “pontos de venda”: porte da empresa (se nacional de
grande porte ou multinacional), colaboradores de renome, ano, circunstância, número
de participantes que haviam na competição (ser o segundo lugar entre dois
participantes significa ser o último).
O que o deixa mais desmotivado em sua
última ou atual empresa?
Esta pergunta pode revelar o que o
profissional busca com uma nova recolocação, sabendo-se que a empresa poderá
oferecer ou não o que se deseja.
Dentre os aspectos que podem motivar ou
desmotivar estão: Estabilidade no Emprego, Perspectiva de Carreira, Solidez da
Organização, Reconhecimento Pessoal, Plano de Benefícios, Desafios,
Possibilidade de Remuneração Comissionada, Programa de Treinamento e
Aperfeiçoamento Profissional.
O que você entende por
empreendedorismo? Você se considera empreendedor? Porque? Cite um
exemplo.
Embora pareça uma pergunta óbvia,
percebe-se que muitos profissionais não reconhecem seu significado, nem tão
pouco a sua importância no mundo coorporativo.
O verdadeiro empreendedor investe
tempo, sacrifica interesses pessoais, abre mão de facilidades, investe em
aprendizado, e possui foco no amanhã. Possui objetivos e estratégias bem
definidas.
Sendo assim, é importante que localize
tais atitudes em sua carreira esboçando-a de maneira clara e pessoal. Não dê
exemplos generalistas “Pessoas empreendedoras são...”. Estes são exemplos
literários. Diga: “O que me faz empreendedor é....”
Você se considera persuasivo?
Esta questão será equiparada a sua
possibilidade de convencer ou não o entrevistador a respeito da sua
contratação. Você pode dizer que é persuasivo, sem no entanto convencê-lo de
uma palavra sequer.
Podemos nos utilizar de técnicas de
persuasão ou pensar que um produto bom vende-se por ele mesmo.
Você demitiria alguém? Porquê?
Esta questão pode avaliar parâmetros
que você utiliza para demitir, ou se mesmo consegue fazê-lo.
As demissões são inevitáveis na atual
conjuntura, sendo assim é importante, se necessário, que o processo
demissional seja analisado nos seus pormenores, considerando aspectos como:
atitudes, comportamentos e resultados inadequados.
Deve-se pensar na possibilidade de
reintegrar o sujeito a outros setores da empresa, ou recorrer a Processos
de Outplacement (Recolocações externas) bem como, providenciar a
indicação do mesmo para outras empresas, no caso de uma demissão sem justa
causa, considerando que seu desligamento não seja de crivo ético.
Se pudesse começar outra vez, o que
faria diferente?
O entrevistador pode verificar o valor
que dá para suas conquistas, bem como a capacidade que possui de extrair
experiências positivas em suas histórias. Sendo assim, é importante que seu parecer
seja positivo, o que não o impede de citar mudanças, principalmente se estas
ainda estão incluídas no seu rol de objetivos.
Qual é seu valor hoje no mercado de
trabalho? Quanto você espera ganhar se lhe oferecermos esta oportunidade?
A negociação é considerada pelos
profissionais a parte mais difícil.
Sem dúvida é importante que o
profissional tenha conhecimentos do seu “valor” , tanto monetário quanto
intelectual.
Utilize a entrevista como uma
possibilidade mútua de conhecimento. Você também pode perguntar. A aprovação ou
reprovação é de mão dupla. A empresa pode aceitá-lo, porém, você não a ela.
Então, avalie os ganhos que você poderá ter em conhecimento, possibilidade de
ascensão, distância de locomoção, custeio de cursos, desafios, pois, isso agrega
“valor” na carreira.
Seja flexível e peça a proposta,
lembrando-se sempre que primeiro divulga-se o produto, depois se discute
valores. OK!?
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