Existem
dois fatores na arte do gerenciamento de carreira que costumam ser
negligenciados por executivos e profissionais em geral: networking e marketing
pessoal. Atualmente estão muito relacionados, pois o networking é o meio mais
eficiente de se conseguir divulgação no mercado.
É
uma forma de fazer com que o mercado, leia-se empresas de search, executivos,
empregadores em potencial, conheçam suas competências e diferenciais.
Mas
vamos abordar o conceito de networking com um pouco mais de profundidade. A
experiência com executivos mostra que eles têm mais facilidade e
disponibilidade de investir tempo e dinheiro num curso de MBA que em almoços e
happy hours com contatos. Ou seja, parece existir uma resistência a “gastar
tempo” com contatos, o que é muitas vezes expresso com desculpas como: “estou
muito ocupado”, “não tenho tempo”, só posso almoçar com colegas da empresa”,
“não gosto de misturar vida pessoal e profissional”, etc. No entanto, em termos
de empregabilidade e gerenciamento de carreira, cultivar sua rede de relacionamentos
é tão importante quanto investir em um curso de MBA ou em idiomas.
Portanto,
todos os executivos e profissionais em geral deveriam entender networking como
“uma questão de sobrevivência”.
1. Lembrar que cada novo
contato deve se tornar um relacionamento, alguém com quem você falará alguma
vezes por ano, pelo menos, e não um contato de uma única vez.
2. Tentar desenvolver
contatos com um foco de carreira dentro de um segmento ou indústria ou área de
atuação. Ninguém conseguirá ter contatos com todo o mercado de trabalho.
3. Tornar networking um
hábito e não um esforço: reservar um ou dois almoços por semana para
networking, procurar conversar com pessoas em congressos, seminários, e quem
sabe descobrirá alguém para desenvolver e manter contato.
4. Desenvolver suas
habilidades de relacionamento e empatia, pois esta é uma competência essencial
não somente para fazer networking, como para seu crescimento como profissional.
5. Busque retomar antigos
contatos em épocas prósperas, contando boas notícias e não somente quando está
em transição de carreira ou precisando de um favor.
6. Não perca oportunidade de
conversar com um consultor de carreira ou headhunter, esta reunião pode ser o
início de um relacionamento e eles podem se tornar grandes aliados ou
conselheiros.
Toda
carreira precisa de objetivos bem definidos, de um foco, claro que com alguma
maleabilidade, mas o profissional precisar esmiuçar tudo o que pretende em cada
empresa em que trabalha. Assim, fica mais fácil alcançar as propostas.
Essa
"organização de objetivos" pode ser feita por meio de um plano de
carreira. Esse é um trabalho que exige muito planejamento e, da parte do seu
orientador, muito conhecimento a respeito do histórico profissional. No seu
plano deve estar o seu projeto de vida, o de carreira, o que deseja realizar na
empresa, suas experiências anteriores e suas correções futuras.
Inicialmente,
você deve fazer anotações de tudo o que lembra e seguir alguns tópicos para
organizar os dados, sempre fazendo anotações. Só depois de rascunhar tudo é que
você deve avaliar as informações. É uma grande pesquisa sobre sua vida,
carreira, e da empresa em que está inserido. Veja algumas sugestões:
Primeiro
verifique seus objetivos de carreira, veja quais são seus pontos fortes para
atingir este objetivo e quais seus pontos a desenvolver.
Lembre
de suas experiências anteriores e veja o que pode aproveitar ou mesmo implantar
na empresa em que trabalha. Relembre também motivos de desligamento, o que
poderia ter feito e tente colocar no seu plano de carreira atual.
Faça
um plano de ação envolvendo datas, ações, pessoas com quem gostaria de
compartilhar seu plano, etc.
Converse
com seu chefe para confirmar se suas sugestões de desenvolvimento estão
alinhadas com as dele. Tente buscar o máximo possível de informações com seus
pares, chefe e subordinados, pois através das expectativas deles, conseguirá
definir focos. Mas lembre-se: só é útil aquilo que é pertinente ao seu projeto
de carreira e de vida.
Existem
vários instrumentos que auxiliam nesse processo, como a avaliação 360º. Essa
ferramenta verifica se os profissionais possuem ou não competências
consideradas importantes para o cargo que ocupam (ou para a empresa), em que
grau eles as possuem e quais as ações necessárias para seu desenvolvimento. A
partir desta identificação será possível estabelecer planos específicos de
treinamento, desenvolvimento e/ou remanejamento.
SEJA CISNE
Por Roberto Shinyashiki
Talvez o maior desafio da vida moderna
seja sermos nós mesmos em um mundo que insiste em modelar nosso jeito de ser.
Querem que deixemos de ser como somos e
passemos a ser o que os outros esperam que sejamos.
Aliás, a própria palavra
"pessoa" já é um convite para que você deixe de ser você.
"Pessoa" vem de
"Persona", que significa "máscara".
É isso mesmo: coloque a máscara e vá
para o trabalho. Ou vá para a vida com a sua máscara.
Talvez o sentido do elogio:
"Fulano é uma boa pessoa", signifique na verdade: "Ele sabe usar
muito bem a sua máscara social".
Mas qual o preço de ser bem adaptado?
O número de depressivos, alcoólatras e
suicidas aumenta assustadoramente.
Doenças de fundo psicológico como
síndrome do pânico e síndrome do lazer não param de surgir.
Dizer-se estressado virou lugar-comum
nas conversas entre amigos e familiares.
Esse é o preço.
Mas pior que isso é a terrível sensação
de inadequação que parece perseguir a maioria das pessoas.
Aquele sentimento cristalino de que não
estamos vivendo de acordo com a nossa vocação.
E qual o grande modelo da sociedade moderna?
Querer ser o que a maioria finge que é. Querer viver fazendo o que a maioria
faz.
É essa a cruel angústia do nosso tempo:
o medo de ser ultrapassado em uma corrida que define quem é melhor, baseada em
parâmetros que, no final da pista, não levam as pessoas a serem felizes.
Quanta gente nós não conhecemos, que
vive correndo atrás de metas sem conseguir olhar para dentro da sua alma e se
perguntar onde exatamente deseja chegar ao final da corrida?
A maior parte das terapias prega que as
pessoas não olham para dentro de si com medo de encontrar a sua sombra.
Porém, na verdade, elas não olham para
dentro de si por medo de encontrar sua beleza e sua luz.
O que assusta é o receio de se deparar
com a sua alegria de viver, e ser forçado a deixar para trás um trabalho sem
alegria.
Mas sejamos francos: para quê manter um
trabalho sem alegria? Só para atender às aspirações da sociedade?
Basta voltar os olhos para o passado
para ver as represálias sofridas por quem ousou sair dos trilhos, e, mais que
isso, despertou nas pessoas o desejo de serem elas mesmas.
Veja o que aconteceu a John Lennon,
Abraham Lincoln, Martin Luther King, Isaac Rabin?
É muito perigoso não ser adaptado!
Essa mesma sociedade que nos engessa
com suas regras de conduta, luta intensamente para fazer da educação um
processo de produção em massa. Porque as pessoas que vivem como máquinas não
questionam a própria sociedade.
A maioria das nossas escolas trabalha
para formar estudantes capazes de passar no vestibular.
São poucos os educadores que se
perguntam se estão formando pessoas para assumirem a sua vocação e a sua forma
de ser.
As escolas de música ensinam com os
mesmos métodos as mesmas músicas. Quase todas querem formar covers de Mozart ou
covers dos Beatles. É raro um professor com voz dissonante que diga para seus
alunos: "Aqui você vai aprender idéias, para liberar o músico que existe
dentro de você".
Os MBA's, tão na moda, na sua maioria,
usam os mesmos livros, dão as mesmas aulas, com o objetivo não explicitado de
formar covers do Jack Welch ou do Bill Gates.
O que poucos sabem é que nenhum dos
dois fez MBA.
Bill Gates, muito ao contrário disso,
abandonou a idolatrada Harvard para criar uma empresa na garagem, que se
transformou na poderosa Microsoft.
Os MBA's são importantes para que o
aluno aprenda alguns instrumentos de administração. Mas alguém tem de dizer ao
estudante: "Utilize essas ferramentas para implementar suas idéias,
para ser intensamente você".
Quantos casos de genialidade que foram
excluídos das escolas porque estavam além do que o sistema de educação poderia
suportar.
Conta-se que um professor de Albert
Einstein chamou seu pai para dizer que o filho nunca daria para nada, porque
não conseguia se adaptar.
Os Beatles foram recusados pela
gravadora Deca!
O livro foi recusado por 13 editoras!
Caetano Veloso foi vaiado quando
apareceu com a sua música "Alegria, Alegria!".
O projeto da Disney Word foi recusado
por 67 bancos!
Os gerentes diziam que a idéia de
cobrar um único ingresso na entrada do parque não daria lucros.
O genial Steven Spielberg foi expulso
de duas escolas de cinema antes de começar a fazer seus filmes, provavelmente
porque não se encaixava nos padrões comportamentais e técnicos que a escola
exigia que ele seguisse.
Só há pouco tempo é que ele ganhou um
título de "honoris causa" de uma faculdade de cinema.
E recebeu o titulo pela mesma razão que
foi expulso anteriormente: ter assumido o risco de ser diferente, por não ceder
à padronização que faz com que as pessoas pareçam seres saídos de linhas de
montagem.
A lista de pessoas que precisaram
passar por cima da rejeição porque não se adaptavam ao esquema pré-existente é
infinita.
A sociedade nos catequiza para que
sejamos mais uma peça na engrenagem e quem não se moldar para ocupar o espaço
que lhe cabe será impiedosamente criticado.
Os próprios departamentos de
treinamento da maioria das empresas fazem isso.
Seres humanos não deveriam ser
treinados, e sim estimulados a dar o melhor de si em tudo o que fazem.
Resultado: a maioria das pessoas se
sente o patinho feio e imagina que todo o mundo se sente o cisne.
Triste ilusão: quase todo mundo se
sente um patinho feio também.
Ainda há tempo! Nunca é tarde para se
descobrir único. Nunca é tarde para descobrir que não existe nem nunca existirá
ninguém igual a você.
E ao invés de se tornar mais um
patinho, escolha assumir sua condição inalienável de cisne!
Ciamara
Poletti
Consultora Executiva de RH Corporativo
Psicóloga Clínica e Organizacional pela Universidade Metodista de SP UMESP
Consultora Executiva de RH Corporativo
Psicóloga Clínica e Organizacional pela Universidade Metodista de SP UMESP
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