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quinta-feira, 23 de junho de 2016

É HORA DE ESCREVER CERTO



  
"Assim como não se espera que um indivíduo descubra sozinho as leis de trânsito – outro tipo de convenção social – não há por que esperar que os alunos das nossas escolas descubram sozinhos a forma correta de grafar as palavras"



Há vários motivos para você ensinar seus alunos a escrever de forma correta. Além de estimular o aprendizado da língua oficial, o conhecimento das normas ortográficas ajuda o aluno a superar o medo de se expressar por escrito e, diferentemente do que muitos acreditam, não afeta em nada a criatividade. Ao contrário, no momento em que dominam as palavras com segurança, as crianças não precisam parar toda hora para verificar a grafia e podem voltar toda a atenção para o desenvolvimento da história, e isso vale desde os primeiros anos do Ensino Fundamental.

O ensino da ortografia deve ter inicio assim que o estudante começa a entender o sistema de escrita alfabética, de preferência ainda no 1º ano, quando tiver aprendido o valor sonoro das letras e já puder ler e escrever pequenos textos.

É preciso deixar bem claro para os alunos que todas as regras ortográficas são fruto de uma convenção social, de um acordo estabelecido pelos especialistas cujo objetivo é padronizar a escrita e que no mundo em que vivemos quem não domina essa convenção corretamente é discriminado.

O domínio da escrita alfabética nem sempre é homogêneo em cada sala de aula e o número de erros num texto nunca deve ser usado como parâmetro de avaliação.

Quem não cria oportunidades de reflexão sobre as dificuldades ortográficas do idioma não pode nunca exigir que o aluno escreva certo.

A convenção que unifica a escrita das palavras em Língua Portuguesa exige algum esforço para ser compreendida. Observe os casos mais frequentes:



REGULARES – São palavras cuja grafia podemos prever e escrever, mesmo sem conhecê-las, porque existe um "principio gerativo", regra que se aplica à maioria das palavras da nossa língua. AS correspondências regulares podem ser de três tipos:



DIRETAS – Inclui a grafia das palavras com p, b, t, d, f e v (exemplo: pato, bode ou fada). Não há outra letra competindo com elas, mas é comum a criança ter dificuldade para usá-las por causa do pouco conhecimento da pronúncia.

CONTEXTUAIS – A "disputa" entre o r e o rr é o melhor exemplo desse tipo de correspondência. A grafia que devemos memorizar varia em função do som da letra. Por exemplo: para o som do "r forte", usamos r tanto no inicio da palavra (risada), como no começo de silabas precedidas de consoante (genro). Quando o mesmo som de "r forte" aparece entre vogais, sabemos que temos que usar o rr (carro, serrote). E quando queremos registrar o outro som do r, que alguns chamam de brando, usamos só um r, como em careca e braço. Essa variedade explica por que, a princípio, as crianças têm tanta dificuldade.

MORFOLÓGICO-GRAMATICAIS – Nesse caso são os aspectos ligados à categoria gramatical da palavra que estabelecem a regra com base na qual ela será escrita. Por exemplo: adjetivos – que indicam o lugar onde a pessoa nasceu se escrevem com esa (francesa, portuguesa), enquanto substantivos derivados se escrevem com eza (certeza, de certo; avareza, de avaro). Na maioria dos casos essas regras envolvem morfemas (partes internas que compõem a palavra), sobretudo sufixos que indicam a família gramatical.



IRREGULARES – Não há regras que ajudam a escrever corretamente. A única saída é memorizar a grafia ou recorrer ao dicionário. Elas se concentram principalmente na escrita:
·         do som do s (seguro, cidade, auxilio)
·         do som do j (girafa, jiló)
·         do som do z (zebu, casa)
·         do som do x (enxada, enchente)
·         o emprego da h inicial (hora, harpa)
·         a disputa entre e, i, o, e u em sílabas átonas que não estão no final de palavras (seguro, tamborim)
·         ditongos que têm pronuncia "reduzida" (caixa, madeira, vassoura).


BIBLIOGRAFIA

O aprendizado além da ortografia, Artur Gomes de Miranda (org.) Revista Nova Escola

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